Após o golpe em 2016, o Brasil ainda não conseguiu retomar o crescimento econômico. No primeiro ano de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, Ministro da Economia, o povo tem sofrido com o aumento dos preços, com a diminuição do salário e com o desmonte das políticas públicas. Assim como tem feito nas últimas décadas, cabe ao PT defender o povo e propor alternativas para que o brasileiro volte a ter perspectivas melhores, oportunidades e uma economia forte.
Pensando nisso, o ex-presidente Lula e a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), se reuniram com 35 economistas do Núcleo de Acompanhamento de Políticas Públicas do PT (NAPP) na manhã de quinta-feira (12). O objetivo do encontro foi debater o grave cenário econômico e as alternativas propostas pelo partido e pela oposição para retomar o crescimento econômico e ajudar o trabalhador brasileiro.
Os principais projetos apresentados em 2019 foram o Plano Emergencial de Emprego e Renda (PEER) e a Reforma Tributária Justa e Solidária. Para Lula, essas propostas são essenciais para enriquecer o argumento político. “Continuem trabalhando, nos dando instrumentos para transformar essa inteligência econômica em atividade política. Não podemos nos calar e consentir. Fomos preparados para a briga, é por isso que o PT nasceu”.
Os economistas presentes no encontro fizeram inúmeros alertas para a situação econômica para a qual a agenda neoliberal jogou o Brasil. O fraco aumento de 1% do produto interno Bruto (PIB) previsto para 2019, comemorado pelo governo, é de baixa qualidade, pois está galgado no aumento da concentração de renda e na precarização do emprego, avalia Guilherme Melo. Para o economista, o próprio governo está impondo problemas estruturais que vão impactar negativamente em um futuro próximo como a venda de estatais, a desindustrialização e a criação de empregos informais com baixos salários.
Lula pede povo na rua e diálogo
Durante o encontro, Lula cobrou dos partidos e dos movimentos sociais maior participação nas ruas do país para ampliar o diálogo com o povo brasileiro. “Precisamos suprir essa deficiência para vencer essa guerra. Quais são nossos locais de luta? Perderemos no Congresso e no Judiciário. O movimento sindical está fragilizado. Precisamos convencer os sindicalistas de que é preciso fazer mais sacrifícios. Temos que voltar a ser um partido de rua, não jogar suas fichas só no Congresso. Nossos parlamentares precisam sair às ruas, panfletar, discutir e informar a população. É preciso gritar, usar caminhão de som, ir em porta de terminal, de fábrica. Gritar em todos os cantos o que está acontecendo no Brasil. Um desmonte total do que foi construído na história do Brasil”, afirmou.
Lula também denunciou a mídia hegemônica, por aceitar tudo que o governo neoliberal propõe e, muitas vezes, impõe: “Os meios de comunicação voltaram a adotar a política do pensamento único. Eu assisti quase todos os debates sobre a reforma da Previdência e não tinha ninguém que discordasse da proposta do governo. Parte da mídia até discorda do Bolsonaro na política, mas aceitam tudo que o Guedes faz na economia”.
Para finalizar, o ex-presidente reiterou sua força e vontade de brigar pelo povo brasileiro junto ao PT. “Tudo que eu quero na vida é que meu partido e os movimentos sindicais e sociais polarizem esse país. Não dá para ser omisso, os pobres estão pagando um preço muito alto, precisamos chamar esse povo para a luta pelo princípio de soberania. Defender o país, o emprego, a renda, o consumo, a educação. Eu não tenho alternativa a não ser brigar por esse país, em defesa do trabalhador. É o que me motiva”, declarou.
Oportunidade e projetos
Para a presidenta do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, o fracasso do desgoverno Bolsonaro evidencia ainda como um protagonismo do PT é importante nesse momento para defender o povo e ajudar a reduzir os prejuízos da agenda econômica neoliberal. “Se tinha alguém em dúvida de que esse plano econômico do governo poderia ter algum resultado, não tem mais. Mesmo que os indicadores melhorem, mesmo que a mídia insista que está tudo bem, não conseguem mudar a vida do povo brasileiro. Nosso desafio é buscar a qualidade de vida do povo e recuperar a confiança, e nós temos a oportunidade. Não só pelos projetos que estamos apresentando, mas pelo legado que nós temos”.
Para o ex-ministro Aloizio Mercadante, defender e ajudar o povo sempre fez parte da luta do partido: “O PT tem uma história para defender. Nossos governos conseguiram combinar crescimento, com distribuição de renda, inclusão social e com soberania nacional. De lá para cá, estamos assistindo um grave retrocesso, especialmente nas condições de vida da população. Uma pesada agenda econômica de desmontes”, afirmou.
Agendas positivas propostas para o país
Os economistas presentes no encontro lembraram que o Plano Emergencial de Emprego e Renda não se trata de uma lista de reivindicações, mas de um conjunto de medidas que, somadas à forma como viabiliza-las, propõe aquecer a economia com um mínimo impacto fiscal. Para complementar, a Reforma Tributária Justa e Solidária proposta pela oposição é pensada na perspectiva do desenvolvimento, combatendo os problemas de desigualdade e promovendo uma distribuição de renda mais eficiente.
A presidenta também reiterou a importância do legado do PT, que está sendo atacado por narrativas mentirosas daqueles que querem apagar a história do partido: “Além dos nossos planos, temos outro desafio: dizer para a população que não quebramos o Brasil. Eles venderam esse discurso para implantar o neoliberalismo, tirar a Dilma e prender o Lula. E na realidade quem está acabando com a economia brasileira são eles”.
Durante o 7º Congresso do PT, foi lançada a revista de legado “O Partido que Mudou o Brasil” e que está disponível no site do PT. A desconstrução da mentira de que o PT teria quebrado o Brasil faz parte da primeira etapa da campanha de divulgação do material.
Ainda durante sua explanação, Aloizio Mercadante afirmou que a grave situação que se instaurou no país desde o golpe motivou o PT a buscar alternativas econômicas que revertam a crise: “Nosso sentimento é de indignação da situação social da uma parcela importante do povo brasileiro. Não é possível a gente continuar assistindo mais de 12 milhões de desempregados, 13 milhões de pessoas vivendo com menos de R$ 8 por dia. A partir desses dados, nossa prioridade foi elaborar um plano emergencial de emprego e renda. Somos oposição permanente aos desastres nos indicadores sociais e nas políticas públicas. Vamos lutar pelas nossas propostas, apresentando alternativas”.
Por Agência PT de Notícias
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