Após visita ao presidente Lula nesta segunda-feira (12), o teólogo Leonardo Boff contou que encontrou o presidente “animado” e “cheio de humor”. Ao mesmo tempo, relatou Boff, o ex-presidente continua indignado com a morosidade da justiça em libertá-lo. “Ele está com um humor que me surpreendeu. Está com a alma tranquila, serena, embora como sempre, indignado porque acha que a condenação não tem uma base material. E ele pensava que passando a eleição, o liberassem, mas não o liberaram e usam ele como troféu para sustentar as mentiras que inventaram”, relatou o teólogo.
Condenado sem prova – e mantido como preso político injustamente desde o dia 7 de abril, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba -, o ex-presidente Lula sabe, segundo Leonardo Boff, que a versão que os procuradores apresentaram para condená-lo não se sustenta. De acordo com Boff, a vida de Lula foi vasculhada e nada encontraram que o incriminasse. O religioso ainda relatou, que para Lula, os seus acusadores sabem que é tudo mentira, mas não sabem como sair da própria mentira que criaram. “Então seguram o Lula preso para se autojustificarem”, criticou Leonardo Boff.
O teólogo ainda contou que o presidente Lula se mostrou indignado ainda com a forma como os adversários montaram a disputa presidencial. Para Lula, usou-se muita mentira e notícias falsas que comprometeram a própria democracia. A partir dessa premissa, o ex-presidente acredita que foi lançado o desafio ao Partido dos Trabalhadores e aos demais partidos que têm a defesa da democracia como princípio, em pensar estratégias a fim de se organizarem e fazer campanhas de forma diferente.
“A realidade mudou porque entrou um fator novo que são as mídias sociais, onde você pode dizer tudo: mentiras, falsificações e calúnias que ficam por isso mesmo. Então temos que enfrentar isso para nos defender, dentro da ética e retomar o trabalho na base, criar escolas de formação política, em que o tema central que nós vamos sempre bater será a injustiça social do Brasil”, adiantou Leonardo Boff. O religioso presenteou Lula com 40 exemplares de cordéis. “Ele adora cordel”, revelou.
Leonardo Boff acredita que boas lições serão retiradas dessa crise. “Vamos sair melhores, mais purificados e com novas propostas de políticas sociais e de integração. Esse diálogo nunca vamos abandonar porque é um diálogo de vida ou morte e porque ele [Lula] sabe o que foi fome, miséria e quer que o Brasil tenha um futuro bom”, finalizou.
Benildes Rodrigues