O recuo do Ministério da Saúde em relação à vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 é mais uma importante vitória da sociedade brasileira contra a gestão assassina que Jair Bolsonaro implementou durante a pandemia.
Após adiar o início da imunização com a desculpa de uma ridícula consulta pública sobre o tema, o ministro Marcelo Queiroga anunciou, na quarta-feira (5), que as doses começarão a ser distribuídas no dia 14. O governo também recuou da ideia de exigir atestado médico, uma medida criticada por especialistas e rejeitada até mesmo na tal consulta.
Mesmo assim, conforme alertou Lula nesta quinta-feira (6), todos devem permanecer vigilantes e continuar a pressão para que o governo proteja a vida dos pequenos brasileiros. Em suas redes sociais, o ex-presidente estimulou todos a se vacinar e defendeu a realização de um Dia D para imunizar as crianças antes da volta às aulas.
Ao invés de criar obstáculos, o governo federal deveria acelerar a vacinação de crianças, como outros de países já fizeram. Um dia D nacional de vacinação das crianças, como já fizemos em outras épocas, para termos a volta as aulas com todas já com duas doses. #AnoNovoDoseNova
— Lula (@LulaOficial) January 5, 2022
“Ao invés de criar obstáculos, o governo federal deveria acelerar a vacinação de crianças, como outros países já fizeram. Um Dia D nacional de vacinação das crianças, como já fizemos em outras épocas, para termos a volta às aulas com todas já com duas doses”, escreveu no Twitter.
Lula também lamentou o fato de o governo Bolsonaro não conseguir nem mesmo atualizar os dados sobre a pandemia e voltou a cobrar que as nações mais ricas acelerem o acesso dos países mais pobres à vacina, uma vez que “nenhum país estará protegido sozinho” (leia aqui a íntegra da postagem de Lula).
Crianças precisam ser vacinadas
Ao dificultar a vacinação das crianças, o governo Bolsonaro elevou seu grau de sordidez a um nível inimaginável. Especialistas e sociedades médicas são categóricos ao dizer que a imunização nessa faixa etária é segura e necessária. Levantamento do site Poder 360 mostrou que a Covid-19 foi responsável por 7% das mortes de crianças de 5 a 11 anos no Brasil em 2020.
Quantas vidas de crianças provavelmente perdemos devido ao joguinho político de Bolsonaro?
— Alexandre Padilha (@padilhando) January 6, 2022
“Hoje, a Covid é a doença prevenível por vacina que mais mata crianças e adolescentes. Ela já matou mais do que a soma de todas as mortes por doenças infantis para as quais existem vacinas, como sarampo, coqueluche, difteria, febre amarela, gripe, meningite, diarreia e pneumonia”, já alertava, em novembro passado, em entrevista ao jornal O Globo, o presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o infectologista Renato Kfouri.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), também presidente do Consórcio Nordeste e coordenador do tema das vacinas no Fórum dos Governadores, celebrou o recuo do governo Bolsonaro e defendeu que a proteção das crianças deve ser prioridade no Brasil, além de ressaltar que a aplicação de doses na faixa etária dos 5 aos 11 anos ajudará na proteção coletiva, uma vez que aumentará a porcentagem da população vacinada.
Dias acrescentou que os estados estão prontos para fazer a distribuição das doses para as crianças assim que o governo federal fizer a liberação. “Além disso, vamos insistir na cobrança para a aprovação para as faixas abaixo dos 5 anos porque já é uma regra aprovada por outras agências reguladoras e já tem pedido na Anvisa”, disse.
Da Redação