Lula, em Portugal: “Se você não fala em paz, contribui para a guerra”

Lembrando da situação envolvendo a guerra do Iraque, Lula reafirmou a posição adotada na época. “Hoje, outra vez, temos 33 milhões passando fome no Brasil. Essa é minha guerra”

“Eu nunca igualei Rússia e Ucrânia. Eu sei o que é invasão e o que é integridade territorial. Mas agora a guerra já começou e alguém precisa falar em paz”, afirmou o presidente Lula em entrevista coletiva (veja abaixo) em Lisboa, neste sábado, 22, onde participa de diversos eventos oficiais.

O presidente Lula destacou que “nós estamos numa situação em que a guerra não está fazendo bem a humanidade”, citando a situação econômica da Europa que enfrenta dificuldades com abastecimento de energia e, assim como Brasil, de fertilizantes e comida.

 

“Em meu primeiro mandato eu fui aos EUA e o Bush pediu que o Brasil entrasse na guerra contra o Iraque”, lembrou Lula na entrevista. “Eu respondi que minha guerra era contra a fome no meu país. Hoje, outra vez, temos 33 milhões passando fome no Brasil. Essa é minha guerra”.

Ainda na entrevista, Lula foi questionado pela imprensa sobre a afirmação de que União Europeia colabora para a manutenção do conflito”. “Se você não fala em paz, você contribui para a guerra”, respondeu o presidente brasileiro”, reafirmando o papel do Brasil em defesa da negociação e da paz.

Lula citou a resposta adotada pelo Brasil ao pedido do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, para que o Brasil vendesse os mísseis para que ele doasse à Ucrânia. Na época do pedido, a posição do Brasil foi de recusar a venda dos mísseis, pois se assim o fizesse o país estaria entrando na guerra.

“O Brasil se recusou a vender os mísseis, porque se a gente vendesse os mísseis e esses mísseis fossem doados à Ucrânia e esses mísseis fossem utilizados e morresse um russo a culpa seria do Brasil. O Brasil estaria na guerra. E o Brasil não quer participar da guerra. O Brasil quer construir a paz”, disse Lula.

Já em Portugal, o presidente Lula informou que determinou a visita do chanceler Celso Amorim à Ucrânia. “Eu não fui à Rússia e não vou à Ucrânia. Eu só vou quando houver possibilidade de efetivamente ter um clima de construção de paz. Eu sempre fui uma pessoa que quer integridade territorial”, afirmou ele.

Na mesma entrevista, o presidente Lula pregou o combate ao extremismo, à desinformação e ao desmatamento ilegal, e defendeu uma nova governança mundial. Sobre a instalação da CPI, afirmou que a decisão do Congresso Nacional, dos parlamentares. Em relação ao destino do GSI, disse que tratará do assunto na volta ao Brasil.

PT Nacional

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