Não importa o caminho que um país escolha para seu desenvolvimento e geração de riquezas: o investimento em educação é a base que assegura qualquer projeto de Nação, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Um país pode decidir ser uma potência bélica, como os Estados Unidos, ou uma grande potência industrial, como a Alemanha, ou um produtor de tecnologia de ponta, como o Japão. O que eles têm em comum é o investimento em conhecimento e inteligência. Então, não me venha o governo Temer dizer que educação é gasto. Educação é o futuro”.
Lula encerrou, na noite desta segunda-feira (9), o seminário Educação Pública, desenvolvimento e soberania nacional, promovido em Brasília pelas bancadas do PT na Câmara e no Senado, em parceria com a Fundação Perseu Abramo e com a Escola Nacional de Formação Política do PT.
O ex-presidente voltou a criticar os severos cortes nos orçamentos para a educação, e ciência e a tecnologia realizados pelo governo instaurado após o golpe parlamentar de 2016. “Se ficarmos por conta dos números atuais, nosso futuro estará comprometido, nosso futuro será a dependência”, alertou.
O seminário sobre Educação Pública foi encerrado com um ato político suprapartidário que contou com a presença de muitos professores e estudantes, representantes de entidades do setor e lideranças políticas como a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), José Pimentel (PT-CE), Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Sousa (PT-PI) e Paulo Rocha (PT-PA), os líderes do PT e da Minoria na Câmara, deputados Carlos Zarattini (SP) e José Guimarães (CE) além de deputados federais e dirigentes petistas.
Os participantes fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao reitor da Universidade de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier, que há uma semana suicidou-se em Florianópolis, abalado com o abuso de autoridade praticado por policiais federais, promotores e juízes que investigavam denúncias anteriores à sua gestão na UFSC.
Gleisi Hoffmann também pediu uma salva de palmas para a professora Heley Batista da Silva, que morreu em Janaúba (MG), tentando salvar seus alunos de um atentado incendiário, no último dia 5 de outubro. “Heley representa a essência da dedicação dos professores brasileiros”, destacou a senadora.
Ela ressaltou que um Estado como o brasileiro, desenhado desde a colônia para ser excludente, a luta para assegurar o acesso de todos à educação de qualidade é uma marcha de longo curso. “Mas não podemos perder de vista que a universidade é uma construção social. Se ela for aberta a todos, acessível, ela será um instrumento de emancipação”.
O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, apontou em números o desmonte do setor educacional no Brasil e alertou que o congelamento de investimentos públicos durante 20, como está definido na Emenda Constitucional 95 (derivada da PEC 55, a chamada “PEC da morte”), o quadro tende a se tornar ainda mais sombrio. “As universidades públicas estão vivendo um estrangulamento total”, denunciou ele.
Lindbergh pediu que Lula, caso retorne à Presidência da República, convoque imediatamente um referendo para revogar essa emenda. Lula respondeu reafirmando que “a ideia de que investir em educação prejudica o Orçamento só pode ser defendida por quem abdicou de construir uma Nação”.
PT no senado