Às vésperas da realização da Cúpula do G20, reunião dos presidentes das principais economias do planeta, que acontecerá no Centro Costa Salguero, em Buenos Aires, Argentina, representantes de inúmeros movimentos sociais de vários países se organizam para uma grande marcha contra sua realização. O protesto principal será uma marcha, nesta sexta-feira (30), dia do início do encontro.
Além da marcha, os movimentos realizam uma série de atividades de debates e formação por todo o país. Os trabalhos começaram na quarta-feira (28) e, nesta quinta (29), ocorre a Cúpula dos Povos, em Buenos Aires, como parte da mesma agenda de mobilizações populares.
Uma das figuras mais lembradas na capital argentina é o ex-presidente Lula. “A Federação Única dos Petroleiros (FUP), como representante dos trabalhadores, está aqui. Procuramos trazer o maior símbolo da classe trabalhadora brasileira que é o operário Lula. É importante frisar que para a gente o Lula não é só ex-presidente. Ele é o maior operário que o Brasil já teve. Ele revolucionou o sindicalismo, inventou uma nova forma de fazer sindicalismo. Então, ele é um símbolo muito grande para a classe trabalhadora, independentemente do que ele construiu de 2002 para frente”, revela Tadeu Porto, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense.
Porto destaca que é evidente o que Lula fez enquanto presidente. “É por isso que nós não abandonamos a campanha ‘ Lula livre’, por uma questão de classe. Então, trouxemos faixas e adesivos do ex-presidente. Eu observei uma aceitação muito grande. Quando chegamos com os adesivos, as pessoas imediatamente passaram a pedir. É interessante ver o respeito que os argentinos têm pelo Lula”.
Porto ressalta que é fundamental levar isso para o Brasil. “Parece que as pessoas esqueceram que o Lula tem uma trajetória fantástica. Quem acompanha o Brasil de longe vê o Lula como o cara que saiu da pobreza e virou presidente da República, e o melhor da história do país. Isso mostra que existe uma integração da América Latina, um movimento mundial de pessoas ilustres, mas também de base, um movimento vindo de baixo, de pessoas que estão aqui querendo discutir um mundo melhor e frear essa voracidade do capitalismo”, acrescenta.
Protestos – Além da pauta contrária à realização do encontro do G20, os protestos incluem críticas aos acordos do presidente argentino, Mauricio Macri, com o FMI, que preveem um empréstimo de US$ 50 bilhões (cerca de R$ 202 bilhões) em troca de medidas de austeridade para o pagamento.
Os movimentos denunciam a submissão do governo Macri às políticas que promovem o G20, como o acordo com o FMI, que condena os argentinos a uma dívida impagável, o que que traz como consequência rebaixamento dos salários e aposentadorias, flexibilização trabalhista e liquidação do sistema previdenciário, com maior desemprego.
Da Revista Fórum