Lula diz que Dilma será sua candidata à Presidência em 2014

lula0810O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu jornalistas nesta segunda-feira para o último café da manhã de sua gestão. Ele anunciou que não pretende candidatar-se à Presidência da República em 2014 por considerar “justo”que a presidenta eleita Dilma Rousseff tente a reeleição.

 

Para Lula, Dilma terá menos dificuldades do que ele ao assumir o governo por conhecer os “atores” e a administração pública. “A Dilma será minha candidata em 2014. Só existe uma possibilidade de ela não ser minha candidata: ela não querer. Para mim, é líquido e certo que ela será candidata”, afirmou o presidente. De acordo com Lula, é “justo” que aquele que faz “um bom governo” tente a reeleição.

O presidente afirmou que não tem arrependimentos das indicações que fez ao longo dos seus dois mandatos e que as faria novamente se fosse necessário. “Eu indicaria o mesmo ministério que eu indiquei. Indiquei o que tinha de melhor e que eu poderia indicar”, afirmou.

Lula disse ainda que ao deixar a Presidência sentirá falta das amizades que fez durante os oito anos de mandato. “É difícil dizer do que mais vou sentir falta. Vou sentir falta da relação de amizades que fiz aqui. Você conhece muita gente, convivi com muita gente, nas viagens você faz muitas amizades, disso vou sentir falta”, afirmou.

Segundo Lula, o pior momento do seu governo ocorreu quando um avião da TAM não conseguiu frear ao pousar e se chocou contra um prédio da empresa ao lado do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Cerca de 200 pessoas morreram no acidente. “Nós fomos condenados à forca e à prisão perpétua em 24 horas. Jogaram nas costas do governo com uma facilidade enorme a culpa pelo acidente da TAM e depois ninguém teve sequer a sensibilidade de pedir desculpas.”, recordou.

Ao fazer um balanço da política externa brasileira ao longo de seus dois mandatos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma crítica à posição do governo dos Estados Unidos em relação à América Latina. Lula afirmou que não houve a esperada mudança de olhar dos Estados Unidos sobre a região no governo do presidente americano Barack Obama. “Não mudou nada a visão americana da América Latina e vejo isso com tristeza”, afirmou.

Em relação à busca da paz no Oriente Médio, Lula disse acreditar que não haverá um acordo enquanto os Estados Unidos acharem que só eles podem ser os tutores da paz “porque eles [EUA] são parte do conflito”. Sobre a relação com o Irã, o presidente avaliou que foi correta a aproximação com o país. Durante o balanço, Lula citou como um fator positivo da política externa brasileira a diversificação das relações políticas e comerciais.

O presidente afirmou que o seu vice, José Alencar, foi o melhor que um governante poderia ter e que os dois formaram a união perfeita entre o capital e o trabalho. Lula disse que tem rezado todos os dias para que Alencar se recupere e tenha condições de participar da cerimônia de posse da presidenta eleita, Dilma Rousseff, no próximo sábado (1º).

“Para mim, o José Alencar é mais do que um irmão. É um companheiro em que eu tenho a mais absoluta confiança. Ele demonstrou a mais extraordinária lealdade que um ser humano pode demonstrar a outro. Ele tem uma visão de mundo, empresarial, da questão social que, junto com a que eu tenho, possibilitou um nível muito importante para o país”, afirmou Lula.

O presidente Lula afirmou que não defende o controle, mas sim a responsabilidade da imprensa. Lula lembrou que a legislação brasileira do setor é de 1962, por isso a necessidade de se promover debates para chegar a um bom termo para atualizá-la.

“Hoje temos coisas que jamais imaginamos ter. Espero que seja feito um debate em que todo mundo participe. Quando você promove o debate o que acontece: você não aprova nem o que a extrema direita quer nem o que a extrema esquerda quer. Se aprova o caminho do meio, do bom senso.” Segundo o presidente, a mídia brasileira precisa saber lidar com as críticas. “Ela se dá ao luxo de criticar todo mundo, mas quando se critica a mídia ela acha que é censura”, argumentou Lula.

O presidente reafirmou que tomará a decisão sobre a extradição do ativista político italiano Cesare Battisti antes de deixar o cargo. Lula disse que sua decisão será embasada por parecer a ser apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU). “Tenho que definir esta semana, e esta semana termina no dia 31. Obviamente, tenho a Advocacia-Geral da União (AGU), que faz os pareceres jurídicos para mim. Vou convidar o Luís Inácio Adams. Se ele disser para mim ‘presidente, na nossa ótica, a decisão é essa’, eu, logicamente, concordarei.”

Lula disse que caberá à presidenta eleita, Dilma Rousseff, qualquer alteração no valor do salário mínimo de R$ 540, previsto no Orçamento para 2011, aprovado na semana passada pelo Congresso Nacional. Atualmente a quantia é de R$ 510. “Se houver mudança, a Dilma é que fará em janeiro”, disse. O presidente defendeu a regra de reajuste do mínimo que foi acordada com as centrais sindicais. “Os sindicalistas não podem fazer um acordo que só vale quando for para ganhar mais”, afirmou.

Agência Brasil

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