“Eu quero meus direitos políticos. Se vou ser candidato ou não depende de muita coisa”, afirmou o ex-presidente Lula, nesta quinta-feira (1º), em entrevista à Rádio Progresso e uma rede de emissoras da Região do Cariri, no interior do Ceará. “Todo mundo sabia que eu tinha condições de ser eleito no 1º turno de 2018. E por isso se preocupam com 2022”, adverte Lula. Uma futura candidatura, segundo ele, depende do PT, dos aliados, da saúde e de Deus. “Só quero meus direitos políticos”, completou.
Na entrevista, Lula voltou a criticar duramente o governo Bolsonaro no combate à pandemia e na condução da economia. “Nós não temos 1 kg de feijão na prateleira da Conab porque não temos governo”, citou como exemplo, lembrando que Bolsonaro desmontou a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Nos governos do PT, a Conab centralizava um estoque para regular o abastecimento. Em uma situação como agora, disse Lula, o governo atuava para evitar a explosão dos preços.
Ao longo da conversa, o ex-presidente lembrou do compromisso dele e do PT com a região do Cariri e com o Nordeste, abandonado durante séculos pelas elites brasileiras. Obras como a Transposição do São Francisco e a Transnordestina, além de programas sociais diversos, transformaram a vida dos nordestinos. A região do Cariri soma 1 milhão de habitantes em 29 cidades, com capacidade e diversidade.
“O Bolsonaro acha que tudo que é vermelho é comunista”, ironizou Lula, se referindo ao fato do atual presidente ver “infiltrações” e “conspirações” para todo lado. “Se ele ver a cor do sangue que tem dentro dele se mata porque vai pensar que é comunista”, disse Lula. “Essa gente precisa criar vergonha e ler uns livros. Entender o que é cada coisa e parar de falar bobagem”, enfatizou.
“É uma tristeza imensa que o País, enganado pela mentira de alguns meios de comunicação e das fake news, tenha colocado na Presidência alguém que não tem um milímetro de compromisso com o povo”, reafirmou Lula. Para o ex-presidente, o governo atual não tem proposta para nenhum dos graves problemas nacionais, limitando-se à submissão ao governo de Donald Trump, sem qualquer contrapartida.
A disposição de Lula é novamente caminhar pelo País, retomar o contato direto com o povo, em todas as regiões. “Alguém precisa falar sobre emprego, sobre sonho, sobre nosso futuro. Precisamos recuperar nossa esperança”, afirmou. “Meu desejo é voltar, em breve, a andar pelo Brasil. Conversar com as pessoas”, destacou.
Ouça a entrevista:
Da Agência PT de Notícias