O ex-presidente Lula, a presidenta Dilma Rousseff e o presidente Nacional do PT, Rui Falcão, em discursos afinados, abriram a última etapa do 5º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores nesta quinta-feira (11).
Lula e Rui Falcão defenderam a historia do Partido dos Trabalhadores e o legado que a legenda deixou ao país à frente do Executivo Federal nos últimos 12 anos. Em sua fala, Lula convidou a militância a refletir sobre a campanha “ardilosa” de setores da mídia que tentam destruir o PT nos últimos 10 anos .
“Estamos aqui para mostrar que o PT está vivo e muito preparado para novos debates. Estamos vivos, de cabeça erguida, na perspectiva de construir um país muito melhor. O PT continuará vivo, enquanto os trabalhadores desse país continuarem sonhando com uma vida melhor. Por isso, temos a obrigação de olhar para o futuro, de continuar semeando a esperança”, disse o ex-presidente.
A declaração surgiu como resposta aos ataques que o PT vem sofrendo desde 2005. De acordo com Lula, “uma revista de circulação nacional”, em junho de 2005 decretou a “morte” do PT. Ele lembrou que ações como essa são recorrentes, mas isso não impediu que a sociedade brasileira o reelegesse em 2006, elegesse Dilma em 2010 e a reconduzisse ao cargo máximo do País em 2014. Para ele, esse setor da sociedade custa a compreender que a força do partido vem do “profundo enraizamento” do PT com a sociedade brasileira.
“Nossa força, vem do chão da fábrica, da terra plantada com o suor do lavrador, das escolas, das ruas e das praças onde lutamos sempre junto com o povo para construir um país verdadeiramente democrático, mais desenvolvido e mais justo”, ressaltou Lula.
Para ele, a confiança que o povo brasileiro depositou na legenda revela que o partido está vivo no coração de milhões de brasileiros. “Essa perspectiva não podemos perder, por maior que seja o desafio e a conjuntura politica. O PT nasceu para mudar o Brasil e essa é a razão da nossa existência. O PT nasceu para ser porta-voz do futuro e não pode se acomodar jamais”, conclamou.
“Não mudamos de lado e não alteramos o compromisso que temos com o Brasil”, assegurou a presidenta Dilma Rousseff aos mais de 700 delegados presentes.
Ela pediu aos militantes para não se abaterem diante da radicalização e da intolerância de alguns setores da sociedade. “Não se submetam àqueles que torcem pelo fracasso do Brasil”, acrescentou a presidenta.
Durante seu pronunciamento, Dilma anunciou uma série de medidas que o governo adotará até o final do ano para preservar conquistas e consolidar avanços. Entre essas medidas ela adiantou a edição do Plano Safra da Agricultura Familiar, do Minha Casa, Minha Vida 3 e o novo plano de concessões.
Sobre os ajustes promovidos pelo governo, a presidenta disse que eles “são necessários” e que o PT é um partido preparado para entender o “movimento estratégico e os objetivos táticos que vão contribuir para o Brasil voltar a crescer”. Ela também reafirmou a importância do PT no seu governo: “É nos momentos mais difíceis que percebemos com quem podemos contar. O governo não pode prescindir do apoio do PT”, disse.
Já o presidente do PT, Rui Falcão, ao abordar a campanha sistemática de setores da mídia e da oposição para criminalizar o partido, afirmou que “mesmo sob forte ataque, apesar da campanha de cerco e aniquilamento”, o PT não se dobrará. “Querem acabar com a nossa raça. Não conseguirão!”, reiterou o dirigente.
A cerimonia de abertura contou com a presença de ministros, governadores, líderes partidários e delegações internacionais.
Benildes Rodrigues
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula