Lula defende crescimento econômico sem ferir direitos dos índios

19-04-10-lula indio-D1O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que o crescimento econômico de Roraima não pode comprometer os direitos dos índios. Lula participou das comemorações do Dia do Índio na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. “Passamos 6 milhões de hectares do governo federal para o estado de Roraima para que a gente pudesse dar terra para quem quisesse trabalhar, sobretudo para pequenos e médios proprietários porque nos interessa que Roraima seja desenvolvido, cresça economicamente sem tirar o direito dos índios viverem tal como eles queiram viver”, disse.

Lula afirmou que os índios nunca reivindicaram nada que não lhes fosse de direito. “Não conhecemos na história nenhum momento em que uma nação indígena invadiu a terra de outro para tomar conta, pelo contrário, o que acontece normalmente são os outros invadirem as terras indígenas tentando se apossar de uma terra que não é deles”, afirmou.

O deputado Carlos Abicalil (PT-MT), Secretário de Relações Institucionais da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, elogiou a política indigenista do governo federal. “O presidente Lula novamente acerta ao afirmar que crescimento econômico e direitos das pessoas não se chocam. Crescimento significa promoção de direitos a ampliação de oportunidades. Isso demonstra a distinção entre nosso pensamento de sustentabilidade e o pensamento dos nossos opositores”, afirmou.

Durante as comemorações do Dia do Índio, Lula disse que foi “demonizado” em Roraima por causa da homologação e lembrou os outdoors espalhados na capital, repudiando a presença dele e do então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, na época em que se decidiu pela demarcação em terra contínua. “Era como se nós fôssemos o demônio, porque diziam que iríamos tirar a terra que Roraima precisava para produzir. Um estado com tanta terra ainda sem produzir e alguns queriam exatamente a terra que não era deles, que era dos índios”, ressaltou.

Lula lembrou que, durante boa parte de seu mandato, evitou ir à terra indígena por causa das divergências entre os governos estadual e federal na briga em torno da homologação. “Evitei por conta da divergência que se estabeleceu no estado de Roraima, daqueles que ainda continuam dizendo que tem pouco índio para muita terra e os que, como eu, acham que os índios têm pouca terra, se levarmos em conta que o Brasil todo era deles há 500 anos”, disse.

Demarcada em 1998 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e homologada em 2005 por Lula, a reserva foi alvo de uma briga judicial com o governo de Roraima, que questionou no Supremo Tribunal Federal (STF) a demarcação em área contínua. Os opositores defendiam a demarcação em ilhas, para que seis grandes produtores de arroz e outros produtores rurais não índios pudessem permanecer na área. O STF confirmou a homologação em área contínua.

Equipe Informes, com Agência Brasil

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