2019 caminha para o fim e poucos são os motivos para comemorar. Do desmonte na saúde aos ataques à educação, da destruição do meio ambiente à retirada sistemática de direitos, o Brasil viveu no calendário ainda vigente um de seus momentos mais trágicos desde a reabertura democrática. Mas se o grande algoz da população atende pelo nome de Jair Bolsonaro, está cada vez mais claro que a esperança da população – e os números já provam isso – recai sobre um brasileiro nato, patriota de verdade, e que pela primeira vez na história fez o povo ter orgulho do próprio país: Luiz Inácio Lula da Silva.
O ato realizado na noite desta quarta-feira (18) no Circo Voador, palco antológico no centro do Rio de Janeiro, provou novamente a força que carrega este que foi (e ainda é) o presidente com a maior aprovação popular já registrada. E não poderia haver abraço de acolhimento maior do que o feito pelas centenas de artistas que estavam ao seu lado durante o evento.
Também ela umas das vítimas primordiais do desgoverno em curso, a cultura mostra cada vez mais de que lado está. E ele, Lula, sabe também que defender o setor é defender – para dizer o mínimo – todos os símbolos e valores construídos pelo povo. “Tenho a consciência de que a luta de vocês não foi só pela liberdade do Lula. A luta de vocês foi, e será sempre, pela liberdade, esta palavra que, na definição da Cecília Meireles, “o sonho humano alimenta, e não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”, proferiu o ex-presidente, recorrendo ao teor certeiro da escritora carioca.
Mas o discurso repleto de entusiasmo e otimismo precisa, infelizmente, ceder espaço ao duro cenário político atual. Ainda que o nome de Jair Bolsonaro gere repulsa imediata numa plateia repleta de artistas, é preciso lembrar de que enfrentá-lo é também sinônimo de resistência cultural.
“O Fábio Porchat disse recentemente que ‘Bolsonaro não governa, ele se vinga’. Estejam certos de que a tentativa de desmonte da cultura promovida pelo atual governo é, em primeiro lugar, uma vingança contra cada um e cada uma de vocês que ousaram cantar, escrever, encenar, filmar, grafitar, dançar e gritar ‘Ele Não’”.
União, diversidade de pensamento, e inimigo em comum
Os deputados Jandira Feghali (PCdoB), Marcelo Freixo (PSOL) e Benedita da Silva (PT) se revezaram em discursos com tons diferentes, propostas amplas, mas com o mesmo objetivo: defender a cultura do autoritarismo e do desmonte promovidos pelo atual desgoverno.
“O PT tem uma importância muito grande para a história do Brasil. Defender o PT é um compromisso com qualquer um que defende a democracia. Qualquer diferença é muito menor do que as nossas semelhanças”, declarou Freixo. “Nesse último ano e meio, a palavra que a gente mais falou neste País foi “Lula Livre”. A gente falou em liberdade, em democracia, mas a palavra que veio do coração foi essa. Todos estes artistas que estão aqui arriscaram suas vidas para lutar por você”, completou Jandira. “Sem cultura não há revolução, liberdade e democracia”, completou Benedita.
O eterno chanceler Celso Amorim reiterou o que o mundo já sabe: “O Brasil é único país do mundo em que um homem preso foi mais visitado do que quem governa este País”. Haddad também mandou recado ao descontrolado Bolsonaro: “Não tem um dia que Bolsonaro não tenha ofendido alguém. Ofender Paulo Freire é “só mais um” a ser ofendido. Se ele não sabe que Freire é um dos autores mais citados no mundo o azar é dele. Ele quer que eu responda e eu não vou entrar nessa. Temos que responder com cultura”.
Da Agência PT de Notícias