Lula critica Temer, sugere que vice espere chegar 2018 e pede paz nas manifestações

Lula acampamento Lula Marques

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (16), em ato a favor de Dilma Rousseff em Brasília, que se o vice Michel Temer quiser ser presidente deve esperar chegar a eleição de 2018. “Se o senhor Temer quer ser candidato, não tente através de um golpe. Que espere chegar 2018. Ele se candidata, e vamos para as urnas, vamos para as ruas, vamos debater, vamos convencer o povo”. E acrescentou: “Por que tentar encurtar o mandato da Dilma se ela não cometeu nenhum crime de responsabilidade?”

Lula, na manifestação no Acampamento Nacional pela Democracia e Contra o Golpe, montado ao redor do ginásio Nilson Nelson, alertou que o Brasil não pode se acostumar a viver de golpe em golpe. “A nossa luta é pela democracia. É pelo respeito à Constituição, ao Estado de Direito. Precisamos conversar com deputados, convencê-los de que não podemos habituar esse País a viver de golpe em golpe. Na hora que a presidenta não está bem na pesquisa é hora de cassar. Assim todo mundo teria que ser cassado”, enfatizou Lula.

Provocações – Lula aproveitou para solicitar que neste domingo – dia da votação do processo de impeachment na Câmara – os militantes favoráveis ao governo Dilma não aceite provocações de adversários. “A gente não pode aceitar nenhuma provocação. Está cheio de rede de televisão pra dizer que esse movimento popular, a CUT, o MST são baderneiros. Não. Somos trabalhadores e trabalhadores. Baderneiro é quem quer derrubar a Dilma!”, afirmou ele.

O ex-presidente afirmou que a mobilização popular é um exemplo a ser seguido. “Vocês tão aqui em nome de uma coisa, de uma palavra mágica chamada democracia, chamada Estado de Direito, chamada Constituição Brasileira”, afirmou. Lula ironizou ainda que “a elite brasileira não gosta muito de democracia”. “[Getúlio] Vargas governou com mão de ferro durante anos. Bastou ele governar quatro anos sob uma democracia que fizeram ele se matar”, disse. “Nós, primeiro, não vamos nos matar. Gostamos da vida, que é a coisa mais extraordinária. Não vamos sair do Brasil. Não vamos nos exilar. Vamos é lutar”, afirmou o ex-presidente.

Lula também fez uma crítica àqueles que pregam o ódio em suas manifestações pelo impeachment. Ele lembrou toda a trajetória de luta social da esquerda. “Nunca viram a gente pregar a discórdia, o ódio. Nunca ofendemos ninguém em um bar, num restaurante, num aeroporto. Sabemos das divergências. Mas sabemos conviver com a diversidade”, disse ele. “A nossa democracia respeita as diferenças”.

Mensagem da presidenta Dilma – A secretária de Política para as Mulheres do governo Dilma, Eleonora Menicucci, leu uma carta enviada pela presidenta Dilma aos participantes da manifestação a favor do seu mandato. Na mensagem, Dilma explica que não pode participar do ato político pela “necessidade” de dialogar com os parlamentares que se mostram cada vez mais “sensíveis” a derrotar o impeachment. Ao dizer que foi representada no ato por Lula, a presidente se referiu ao padrinho político como “companheiro de todas as horas”.

Na carta Dilma lembrou que amanhã (17), na votação do impeachment, não estará em jogo apenas o mandato de uma presidenta eleita – a primeira mulher eleita e reeleita no nosso País – com 54 milhões de votos. “O que estará em jogo é o respeito às urnas e à vontade soberana do nosso povo, fundamento dos regimes democráticos nos países civilizados. Estão em jogo, sobretudo, direitos, conquistas sociais e os avanços que, com a participação de todos vocês, o Brasil alcançou nos últimos 13 anos”, diz a mensagem.

PT na Câmara com agências

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