“Minha fé em Deus é tanta, de que a gente pode mudar este país, que nós vamos mudar este país”, disse Lula. “Nós precisamos recuperar a soberania brasileira. Um país soberano cuida do seu povo, cuida da educação, da saúde. Um governo soberano é aquele que cuida do seu povo em primeiro lugar”, prosseguiu, lembrando que o governo de Jair Bolsonaro permitiu que 19 milhões de brasileiros hoje passem fome e outros 116 milhões vivam em situação de insegurança alimentar.
Lula ressaltou que não será uma disputa fácil. “Vai ser uma luta difícil, não será fácil. Estamos lutando com o que há de pior na política brasileira. Estamos brigando contra pessoas que têm pensamento fascista, contra milicianos. (…) Mas tenho certeza de que, no dia 2 de outubro, o povo vai dar um golpe no fascismo, nesses milicianos, e vai restabelecer a democracia e o prazer pela vida neste país. A gente vai voltar a falar de amor, de solidariedade, fraternidade”, continuou.
E lembrou, ainda, que nestas eleições, é fundamental mudar também o Congresso Nacional. “O Congresso brasileiro nunca esteve tão deformado, tão antipovo, tão submisso aos interesses antinacionais quanto está agora. (…) Nós vamos ter que eleger muitos deputados e muitos senadores que pensem igual a gente. A gente não pode votar colocando raposa no nosso galinheiro porque a desgraçada da raposa vai comer as galinhas”, alertou.
Comitês Populares de Luta
Outros discursos também destacaram a importância da mobilização popular contra o bolsonarismo. Deputada federal pelo Paraná, a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, convidou a todos os presentes e àqueles que acompanhavam a transmissão do evento pela internet (assista à íntegra no vídeo acima) a formarem em suas cidades Comitês Populares de Luta (veja vídeo abaixo sobre como criar um comitê).
“Hoje, estava uma notícia no jornal que, no Mato Grosso, o botijão de gás está R$ 160. É um escândalo isso. A gasolina já passa de R$ 8, R$ 9 em determinados lugares. Esta é a cara desse governo Bolsonaro: fascista, nazista e que joga contra o povo. Então, precisamos nos organizar, e fazer os comitês populares de luta é fundamental. Você pode fazer digital, mas tem que fazer ele territorial. Onde tiver três, quatro, cinco pessoas, forme um comitê. Uma pessoa pega informação, passa para as outras. Nós temos que formar uma grande rede”, convocou.
Redenção nacional
O ex-senador e ex-governador do Paraná, Roberto Requião, que na sexta-feira (18) filiou-se ao PT e apresentou-se como pré-candidato ao governo do estado, também ressaltou a importância do que chamou de “mobilização de redenção nacional”, que livre o país de Jair Bolsonaro e toda a destruição que ele provoca.
“O que faz aqui, neste palanque em um assentamento do MST, o velho Requião, aos seus 81 anos de idade? Eu estou aqui movido pela indignação. Indignação de ver mulheres assaltando caminhões de lixo para alimentar suas famílias, quando vejo açougues que descartavam ossos inventando ossos de primeira e de segunda para vender aos esfomeados brasileiros, sem salário, sem possibilidade de emprego e de crescimento social.
Para Requião, existem condições para que o Brasil faça as mudanças de que precisa, retomando o caminho da soberania e da justiça social. “Precisamos fazer as alterações necessárias, definitivamente pensar a reforma agrária, neste momento em que a hegemonia do sistema capitalista no mundo é ameaçada pelo conflito da Rússia com os Estados Unidos, que coloca no meio disso a pobre e desgraçada Ucrânia. Nós temos toda a condição de uma mudança, e essa mudança tem que ser feita agora, no espaço em que o conflito internacional, no globo terrestre, nos garante a possibilidade de transformações”, analisou. E concluiu: “Esta é uma batalha que não é por nós, mas pela identidade, pela solidariedade e pelo Brasil”.
Solidariedade do MST
Tanto Lula quanto Gleisi e Requião saudaram o MST, ao qual o assentamento Eli Vive está ligado. Os três destacaram a solidariedade do movimento, que tem doado toneladas de alimentos à população mais necessitada do país. Apenas no evento deste sábado, os agricultores da região doaram 70 mil quilos para distribuição a famílias paranaenses.
Fundador e líder do MST, João Pedro Stedile também tomou a palavra para conclamar a população a se mobilizar. Após ressaltar que o verdadeiro objetivo da reforma agrária “é produzir alimentos saudáveis para todo mundo” e defender a criação de uma Plano Nacional de Agroecologia, o economista frisou que a hora é de lutar, não de esperar.
“Sem o povo se mobilizar, não vamos resolver os problemas. Portanto, o povo, para combater a fome, para resolver as áreas indígenas, não pode esperar até janeiro. A nossa resposta não pode ser para o povo ‘espera o Lula’. Nossa resposta tem que ser ‘organizem-se’”, defendeu, antes de incentivar a todos a criarem seus Comitês Populares de Luta.
PT Nacional