Duas semanas se passaram desde que Luiz Inácio Lula da Silva retornou para os braços do povo após 580 longos dias mantido em cárcere político a partir de uma farsa judicial sem precedentes. De lá para cá, com espantosa velocidade, um novo cenário começou a se desenhar à medida que o ex-presidente reafirmava o seu posto de maior liderança popular da história do País.
Nesta sexta-feira (22), durante a abertura do 7º Congresso Nacional do PT, ficou evidente que a sua liberdade atingiu em cheio a disposição da militância para enfrentar os enormes desafios que estão por vir – não só para que seja inocentado, mas sobretudo para barrar o desastre que está em curso.
Não é por acaso que, antes mesmo de ter sua presença confirmada, o evento já se configurava como um dos mais importantes da longeva trajetória do partido diante do contexto em que seria realizado. Para muito além da renovação das lideranças do partido, o 7º Congresso Nacional mostrou a que veio logo em seu primeiro dia. Como bem definiu Lula, “o PT nasceu lutando pela liberdade” e não será agora que negligenciará o seu próprio legado.
“Eu estou com ainda mais disposição de lutar por este país do que em qualquer outro momento da minha vida”, avisou o ex-presidente.
Sua fala, como ele mesmo costuma dizer, é uma ideia. E tal ideia indiscutivelmente foi seguida à risca por seus aliados e aliadas mesmo quando esteve ausente. “Nós resistimos e durante estes últimos três anos, sempre colocamos em prática o que Lula nos orientou: que nosso lugar é sempre ao lado do povo, lutando com raça e determinação. Estamos vivos e ativos, reafirmando nosso caráter democrático, popular e socialista”, reiterou a presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).
Para tanto, segundo a ex-presidenta Dilma Rousseff, é preciso fazer do Congresso o ponto de partida para uma nova onda de mobilização: “O 7º Congresso PT tem uma imensa capacidade de produzir mudanças em nosso país, e nós sabemos o quanto precisamos de mudanças com o País governado por Jair Bolsonaro”.
O ex-ministro da Educação Fernando Haddad concorda e completa: “Nós não podemos subestimar a nossa própria força, estamos abrindo este Congresso porque nós temos a melhor militância deste País e juntos vamos defender a democracia”.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), além de representantes de outros partidos e movimentos sindicais também ressaltaram a importância de manter a mobilização – tanto nacional quanto internacional – permanente até que o Brasil seja devolvido ao seu povo.
Consciência Negra
Comemorado dois dias antes do Congresso, em 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra teve grande destaque durante o ato de abertura. Convidada para ser a porta-voz da homenagem, a deputada federal Benedita da Silva (RJ) fez discurso forte em defesa da inclusão racial na política – algo que o PT sempre teve em pauta durante o seus governos. “Nós precisamos ocupar todos os espaços, mas sabendo que poder não se dá nem se divide; se conquista”, declarou, para logo em seguida exaltar as políticas raciais introduzidas no país a partir do governo Lula.
Apoio internacional
O dirigente do Partido Comunista Cubano Angel Arzuaga subiu ao palco para entregar placa simbólica com mais de 2 milhões de assinaturas recolhidas durante campanha internacional em defesa da liberdade de Lula. Depois, o embaixador do país caribenho no Brasil, Rolando Gomez, entregou a Ordem do Mérito, assinada pelo presidente Miguel Díaz-Canel.
Outra homenagem recebida por Lula veio de Jean-Marc Germain, secretário de relações internacionais do Partido Socialista Francês, que veio ao Congresso para entregar o documento que oficializa a cidadania parisiense ao ex-presidente.
Da Agência PT de Notícias