O deputado Luiz Couto (PT-PB) questionou nesta quarta-feira (2) no plenário da Câmara, a quem interessa a aprovação do projeto de lei (PL 131/15) que revoga a participação obrigatória da Petrobras na exploração do petróleo da camada do pré-sal. A proposta, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), acaba com o modelo de partilha que garante participação mínima de 30% da Petrobras na exploração e que pode acarretar a perda de bilhões em investimentos para a saúde e a educação no País.
“O que o dono deste filho pródigo deseja através desse projeto não é simplesmente combater a corrupção, não significa apenas desgastar de forma generalizada os políticos, a política, o Estado e a própria democracia, mas enaltecer a iniciativa privada e abrir espaços para as propostas de privatização de setores estratégicos da economia, como, por exemplo, entregar o pré-sal e a Petrobras aos empresários”, ressaltou.
Em defesa do atual modelo de partilha, aprovado pelo Parlamento brasileiro e sancionado pelo ex-presidente Lula em 2010, Luiz Couto denunciou os interesses “geopolíticos” escondidos na proposta aprovada recentemente no Senado.
“A Petrobras é um instrumento valioso de desenvolvimento e descoberta das maiores riquezas do mundo. Com muita luta e força vem resistindo às pressões e ameaças de grupos econômicos, em torno de empresas petroleiras privadas estrangeiras, e também de parlamentares. O que queremos para o patrimônio legítimo do povo brasileiro? Será que é entregar às multinacionais ou continuar trilhando um caminho amplo de desenvolvimento social, trabalhista e econômico para nosso País?”, indagou.
Avanços – Durante o pronunciamento, Luiz Couto disse ainda que ao longo de sua trajetória “a Petrobras incentivou a capacitação de profissionais brasileiros em valiosos avanços tecnológicos” que permitiram ao País dominar a tecnologia para “extrair o petróleo de aguas profundas”. Segundo ele, essas conquistas precisam ser defendidas pelo povo brasileiro.
“Sei que esses interesses, que são francamente contrários aos da classe trabalhadora e aos da população brasileira no caso em tela, não serão derrubados, e o povo brasileiro acordará diante da opressão tendenciosa da Direita”, finalizou.
Héber Carvalho
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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