Em pronunciamento na tribuna da Câmara, o deputado Luiz Couto (PT-PB) fez um alerta nesta semana sobre as mudanças climáticas que vêm ocorrendo no País e no mundo. Ele se embasou no relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) que aponta a necessidade de adoção de novas posturas no sentido de reverter o processo de degradação ambiental praticada nos últimos tempos.
“Brasília registrou este ano as maiores temperaturas desde que o Instituto Nacional de Meteorologia iniciou a apuração da série histórica em 1963”, alertou o deputado citando a capital da República como um dos exemplos do cataclisma ambiental.
Ele avaliou que o fenômeno não é “mera coincidência” ocasionada por variações cíclicas da natureza. “O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática está, atualmente, 95% certo de que a ação humana é a principal causa do aquecimento global por que passamos”, observou.
Em função disso, disse o deputado, o relatório da ONU defende que é preciso estabilizar o aumento da temperatura para menos de 2°C relativos aos níveis pré-industriais. “Isso requer providências urgentes que vão além das medidas usuais. Caso contrário, em breve, não será possível reverter os danos ambientais acumulados”, reiterou Luiz Couto. O deputado salientou que a ação humana é a principal causa dessa elevação, quando, segundo ele, persiste na emissão elevada de gases de efeito estufa.
“Produzimos gás carbônico em níveis que não param de aumentar, por exemplo, em razão do alto consumo de combustíveis fósseis, do emprego massivo de cimento na construção civil e das queimadas realizadas para o preparo da terra para a agricultura e dos desmatamentos de nossas florestas”, elencou Luiz Couto.
O petista lembrou ainda que o relatório sugere que o aumento de condições extremas de clima e temperatura observadas desde a segunda metade do século passado “é ocasionado pelas novas características dos grupos humanos, maiores e mais predatórios do ambiente”.
“A boa notícia é que tudo isso ainda pode ser revertido. O relatório afirma que já possuímos os meios para limitar a mudança climática com inúmeras soluções que permitem a continuidade do desenvolvimento humano e econômico”, constatou.
Benildes Rodrigues