O deputado Luiz Couto (PT-PB) elogiou em pronunciamento no plenário a nota divulgada recentemente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sobre a conjuntura do país, no encerramento da 53ª Assembleia Geral da CNBB, realizado em Aparecida (SP).
“Creio que este posicionamento salutar e verdadeiro é uma obra mística da santidade. Falo isso, porque enfrentamos, nesta Casa, a era do obscurantismo de um cenário legislativo pautado por uma agenda extremamente conservadora e muitas vezes oculta, que visa à redução dos direitos e garantias fundamentais estabelecidos por nossa Constituição Federal. Todavia, entendemos ser de extrema relevância para o País que se reveja o caos que foi criado aos trabalhadores e à sociedade brasileira através das lutas encravadas e desleais desferidas dentro e fora desta Casa”, disse o parlamentar petista.
Luiz Couto defendeu uma reflexão sobre os temas colocados pela CNBB. “Precisamos refletir com maior precisão e repensar os valores sociais. Como já afirmou a CNBB, o momento não é de acirrar ânimos, nem de assumir posições revanchistas ou de ódio que desconsiderem a política como defesa e promoção do bem comum. Os três poderes da República, com a autonomia que lhes é própria, têm o dever irrenunciável do diálogo aberto, franco, verdadeiro, na busca de uma solução que devolva aos brasileiros a certeza de superação da crise”, disse.
Na nota, a CNBB avalia “com apreensão” a realidade brasileira, “marcada pela profunda e prolongada crise que ameaça as conquistas, a partir da Constituição Cidadã de 1988, e coloca em risco a ordem democrática do país”. Sobre o projeto que trata da terceirização, a CNBB afirma que ele não deve restringir direitos. “ A lei que permite a terceirização do trabalho, em tramitação no Congresso Nacional, não pode, em hipótese alguma, restringir os direitos dos trabalhadores. É inadmissível que a preservação dos direitos sociais venha a ser sacrificada para justificar a superação da crise”, diz a nota.
Gizele Benitz