O sociólogo e ex-deputado federal Florestan Fernandes será homenageado, com o relançamento do livro “Florestan Fernandes: vida e obra”, do jornalista Laurez Cerqueira, durante a 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que acontece em Brasília até a próxima segunda-feira (23).
O livro foi lançado originalmente em 2005, pela editora Expressão Popular, e chega agora à quarta reimpressão. Os direitos autorais da obra foram doados pelo autor à construção da Escola Nacional de Formação Florestan Fernandes, vinculada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e sediada em Guararema, cidade do interior de São Paulo.
O autor participará de sessão de autógrafos no estande da Expressão Popular no espaço da Bienal, nesta sexta-feira, a partir das 19h30. O relançamento da obra, segundo Cerqueira, é uma oportunidade de relembrar o “pensamento explosivo” do sociólogo. “Alguns tentam esconder Florestan Fernandes, mas sou parte de um grupo que quer que o Brasil conheça a sua vida e a sua produção intelectual”, assevera o autor.
Polêmicas – Laurez Cerqueira foi assessor parlamentar dos dois mandatos de Florestan Fernandes – inclusive durante a Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988) – pelo PT de São Paulo e, posteriormente, do mandato de deputada federal da também petista Maria da Conceição Tavares, pelo Rio de Janeiro.
Florestan e Maria da Conceição tinham pensamentos divergentes. O desenvolvimentismo defendido pela professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade de Campinas (Unicamp) era criticado por Florestan. O convívio com os dois estimulou Cerqueira a desenvolver uma pesquisa – ainda em curso – que promoverá o diálogo entre estes dois grandes pensadores da esquerda brasileira e resultará num livro.
Além disso, enquanto esteve na assessoria da Presidência da República, Laurez pôde discutir estas ideias com a presidenta Dilma Rousseff, seguidora das teses de Maria da Conceição Tavares.
Outro projeto de Cerqueira relacionado a Florestan Fernandes vai reunir as principais polêmicas deste que é considerado por muitos o “pai da sociologia brasileira”.
Rogério Tomaz Jr.
