A depender da articulação que se forma no Congresso Nacional, a agenda golpista de Michel Temer não terá vida fácil para tramitar no Legislativo.
Recém-escolhido para liderar o Bloco da Minoria no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ) prometeu dura resistência aos projetos golpistas e anunciou a formação de um grupo qualificado para produzir subsídios sobre a pauta de Temer.
“O que a gente vê é o maior ataque a direitos dos trabalhadores da nossa história”, afirmou o senador Lindbergh. “É impossível alguém ser eleito com esse programa. É um governo ilegítimo, que não reconhecemos. Vamos combater duramente essa agenda do golpe.”
Lindbergh foi apresentado como líder da minoria nesta terça-feira (28), ao lado da nova líder da minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que coordenará os trabalhos do grupo técnico. O senador Humberto Costa (PT-PE) passará a atuar como líder do PT no Senado, em substituição ao senador Paulo Rocha (PT-PA).
Caberá a este grupo, que deve ter cerca de 12 pessoas, segundo Guimarães, a responsabilidade de mapear por tema os projetos em tramitação no Congresso. Com esse levantamento, o grupo vai cruzar a pauta golpista de Temer com os projetos que estão no Legislativo para identificar onde os direitos e conquistas da última década estão sendo ameaçados.
“Faremos um acompanhamento vigoroso das medidas que vão ser apresentadas para saber onde resistir ao governo golpista”, disse Guimarães.
Para a deputada Jandira Feghali, o horizonte é de enfrentamento de um governo “sem voto” e de um orçamento “sem povo”. “É pior que a pauta de Fernando Henrique Cardoso, porque soma a pauta de FHC com a arrogância de acha que não deve satisfação ao povo”, diz a deputada.
De acordo com Jandira, é preciso uma articulação entre as bancadas da Câmara e do Senado para barrar a agenda golpista, em primeiro lugar a PEC que limita os gastos com Saúde e Educação, que chamou de PEC da doença e da ignorância por fixar a taxa de inflação do ano anterior como investimento máximo em Saúde e Educação que o país fará.
Lindbergh explicou que o Bloco da Minoria nasce com 20 senadores do PT, PCdoB, PDT, PSB, Rede e PMDB. Serão escolhidos oito vice-líderes para integrar o bloco.
Entre os temas principais que serão abordados pelo grupo técnico estão os projetos que retiram direitos dos trabalhadores, abrem áreas estratégicas ao capital estrangeiro, retrocedem em acordos de união aduaneira com países do Mercosul, mudam os gastos do governo sem mexer nos juros básicos da economia ou sem taxar grandes fortunas e a Reforma da Previdência.
“Falam de plano de austeridade de longo prazo, mas a gente não vê uma medida de taxação do andar de cima”, afirmou Lindbergh. “É um ataque às conquistas sociais dos governos de Lula e Dilma, mas também rasgam a Constituição Cidadã de Ulysses Guimarães e querem rasgar até a CLT de Getúlio Vargas.”
Agência PT de Notícias