O líder da Bancada do PT, deputado Enio Verri (PR), e o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), anunciaram nesta segunda-feira (5) que os partidos que fazem oposição ao governo Bolsonaro vão obstruir, a partir de agora, toda a pauta da Casa legislativa até que se coloque em votação a medida provisória (MP 1.000/2020), do governo Bolsonaro, que reduz o auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300. O objetivo é aprovar as emendas da Oposição ao texto da MP e garantir a prorrogação do auxílio com o valor de R$ 600 até dezembro deste ano.
Enio Verri enfatizou que o partido está fechado com a estratégia de obstrução dos trabalhos da Câmara. “Isso (a obstrução) está unificado no PT. Vamos cobrar do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), a inclusão na pauta de votação da MP 1.000, para tentarmos estender o pagamento dos R$ 600 até o final deste ano”.
E o líder José Guimaraes afirmou, em live com a ex-ministra do Desenvolvimento Social Teresa Campelo e com o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), que votar a MP 1.000 é prioridade absoluta da Oposição na Câmara. Na conversa foi discutido temas como a Covid-19, auxílio emergencial e Bolsa Família.
“Vejam o tamanho da sacanagem que este governo está fazendo. Nós, em uma sugestão que partiu da Oposição, aprovamos aqui no Congresso os R$ 600 e o governo agora reduziu para R$ 300. Porém, o governo e sua base aliada não querem votar a MP 1000 porque não desejam que ela seja alterada de forma a garantir os R$ 600 até dezembro. Sabemos o quanto foi importante esses R$ 600. Se não fosse ele a situação hoje estaria muito pior. Faremos obstrução política total para garantir a votação da MP 1000”, afirmou.
O líder da Minoria disse que já está conversando com os líderes dos partidos de Oposição na Câmara (PT, PCdoB, PSOL, PDT, PSB e Rede) para traçar estratégias que permita a votação da MP 1000, com o intuito de modificá-la. Guimarães destacou ainda que vai trabalhar pela inclusão da proposta apresentada pelo PT, de turbinar o Bolsa Família após o fim do auxílio emergencial, com o Mais Bolsa Família, que amplia a base de assistidos pelo programa e ao mesmo tempo aumenta os valores dos benefícios.
Pressão da Sociedade
Na última sexta-feira (2), a CUT e as demais Centrais Sindicais convocaram todos os seus entes e ramos para mobilizar seus sindicatos a intensificar a pressão sobre os deputados e deputadas federais pela votação e aprovação da prorrogação do auxílio emergencial, com a manutenção do valor de R$ 600,00.
Segundo a CUT, o auxílio emergencial foi e é fundamental para que a crise econômica e sanitária que o Brasil enfrenta não se torne ainda maior e irreversível. A entidade afirma que hoje mais de 65 milhões de brasileiros e brasileiras dependem exclusivamente do auxílio emergencial para sobreviver, em consequência dos efeitos da pandemia do novo coronavírus, da recessão e do desgoverno de Jair Bolsonaro (ex-PSL). “Isso significa que pelo menos 30 em cada 100 cidadãos, boa parte crianças, não teriam o comer sem esse dinheiro”.
“Pelo compromisso de defender a totalidade dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros que a CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB, CSP-Conlutas, Intersindical, Intersindical Instrumento de Luta e Pública convocam sindicalistas e toda a sociedade brasileira a utilizarem a ferramenta NaPressão e do abaixo-assinado para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, coloque em votação a MP 1.000/20 e que os deputados e deputadas aprovem a extensão do auxílio emergencial até dezembro mantendo o valor em R$ 600. A MP do governo federal reduz o auxílio para R$ 300”, afirma a CUT.
Heber Carvalho com Portal da CUT