Líder do PT repudia reforma da Previdência e denuncia interesses escusos para atender setor financeiro

O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), repudiou hoje (5) a reforma da Previdência encaminhada pelo governo ilegítimo de Michel Temer. “É monstruosa, um verdadeiro ataque aos direitos previdenciários de todo o povo brasileiro”, afirmou o líder. Segundo ele, o que está por trás de tudo é uma gigantesca operação de marketing do governo, com mentiras e distorções, para tentar criar clima favorável a uma reforma que é de interesse apenas dos grandes bancos e grupos financeiros, de olho na captação de recursos para planos privados de previdência.

A reforma pode ser votada a qualquer momento, daí a importância de os eleitores continuarem a pressionar os deputados a rejeitar as mudanças propostas, sugeriu Zarattini. O líder frisou que todos os parlamentares que votarem a favor da “absurda reforma da Previdência” serão alvos, em suas bases eleitorais, de campanhas de movimentos sociais e centrais sindicais para mostrar que estão contra o povo e a favor dos banqueiros. “É crucial a mobilização popular contra a reforma”.

Presente de Natal – Zarattini estranhou a ênfase da milionária campanha publicitária do governo (R$ 170 milhões do longo de 2017) para tentar incutir no povo brasileiro a ideia de que é necessária a reforma. Ele lembrou que enquanto o governo fala em déficit, a Previdência tem em crédito R$ 422 bilhões de empresas devedoras.

“Ao mesmo tempo, o governo tem sido pródigo em benefícios às empresas, com bilhões de reais em perdão de dívidas e isenções fiscais. Basta lembrar que a MP 795 dá um verdadeiro presente de Natal a multinacionais do petróleo, com isenção tributária de R$ 1 trilhão ao longo de 20 anos”, comentou o líder.

Zarattini observou que a reforma da Previdência é rejeitada por 85% da população, mas mesmo assim o ilegítimo Temer está determinado a aprová-la, por pressão do mercado financeiro. “Montou-se uma gigantesca farsa para prejudicar a população como um todo, mas especialmente as camadas mais pobres da população”, denunciou o parlamentar.

Desrespeito – Ele ressaltou que a aposentadoria integral pelo regime geral da Previdência ( hoje R$ 5.531,31) será somente com ininterruptos 40 anos de contribuição. “É um verdadeiro desrespeito aos trabalhadores”, comentou Zarattini. Ele frisou que um trabalhador rural começa a trabalhar, em média, com 16 anos de idade e, ao chegar aos 45, não terá condições de trabalhar mais 20 ou 25 anos para se aposentar, já que a idade mínima proposta pelo governo é de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres.

“Contribuição por um período de 40 anos é incompatível com a realidade social do Brasil”, alertou Zarattini. O líder observou que o fato de a população viver mais, não significa aumento da capacidade de trabalho e nem aumento da possibilidade de se empregar com mais idade. “Portanto, ao afastar milhões de pessoas do direito à aposentadoria significa incrementar a miséria e as condições de vida de milhões de pessoas, num país com grandes disparidades de renda e histórica injustiça social.”

Redução de benefícios – Para o líder, as mulheres, os trabalhadores rurais, os professores e outros trabalhadores submetidos a condições penosas ou insalubres que podem se aposentar com menos tempo de contribuição, perderão ainda mais. “Com a reforma cairão os valores de aposentadorias, pensões e outros benefícios. Diminuir o valor dos benefícios é um dos objetivos centrais da reforma”, acrescentou o parlamentar

Zarattini explicou que uma professora que pode se aposentar hoje com 25 anos de trabalho, terá que trabalhar mais 15 para se aposentar com o salário integral. “Como uma professora poderá, aos 62 anos, cuidar de crianças em uma sala de aula? É um absurdo o que o governo propõe”, lamentou o líder do PT.

Para o líder, há várias mentiras do governo que devem ser desmascaradas. Uma delas é de que não haverá danos aos valor dos benefícios. Dados das centrais sindicais mostram que hoje quem se aposenta por idade com 15 anos de contribuição recebe 85% da sua média contributiva. Com a reforma passará a receber 60%, perdendo 30% de seu benefício.

PT na Câmara

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