Líder do PT reitera que partido trabalhará incansavelmente para impedir retirada de direitos pelo governo golpista

afonso florence 22 02 16

 

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (1º), o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), afirmou que o PT vai trabalhar incansavelmente contra a tentativa de retirada de direitos do governo golpista de Michel Temer, que já em seu primeiro pronunciamento à nação, após consumar o golpe, confirmou que retirará direitos previdenciários e trabalhistas. “O governo mostra a que veio: para retirar direitos”, pontuou Florence.

O líder falou que o momento exigirá estratégias para impedir o avanço dessas medidas. Uma das apostas é justamente a disputa entre a base aliada, que pode abrir brechas para barrar a aprovação de medidas prejudiciais à população brasileira. Um exemplo disso, segundo Afonso Florence, foi a votação da MP 727, que tinha um dispositivo legalizando o direcionamento de licitação, por meio do instituto chamado “convite fechado”.

“Batemos firmes nisso, fizemos a disputa de plenário e uma parte da oposição veio votar contrária a esse tema juntamente conosco. No fim, todos os partidos do governo orientaram contra, e nós derrotamos essa iniciativa nefasta para a transparência dos processos de licitação no Brasil. Assim como aconteceu na MP 727, temos esperança que aconteça na PEC 241, com a rejeição de dispositivos que prejudicam a população brasileira”, disse.

A proposta de emenda à Constituição citada pelo líder, de autoria do governo golpista, determina o congelamento por vinte anos de todos os investimentos federais em áreas fundamentais, como saúde e educação, entre outras várias áreas. “A nossa expectativa é que o governo, apesar dessa bravata de que é muito forte, vai continuar a sofrer derrotas na medida em que a população tenha esclarecimento da natureza impopular das suas propostas”, reforçou.

Florence também falou da divisão das forças políticas dentro do Parlamento, que, ao mesmo tempo em que revela certa força do governo golpista, expõe também sua limitação por meio de sucessivas derrotas.  “A força do governo no plenário da Câmara depende do ‘Centrão’, do grupo do Eduardo Cunha. Nós já impingimos derrotas ao governo, várias! O governo não conseguiu, por exemplo, na sessão do Congresso aprovar a LDO, com a nossa obstrução e com as nossas posições”, recordou.

Segundo detalhou o líder, são divergências que começaram na indicação do líder do Governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), e se repetiram na eleição da Presidência da Câmara. “Vamos explorar essa divisão, que é uma divisão de poder. Todo mundo está vendo que é uma divisão causada por uma disputa de poder dentro do governo. Diante de medidas impopulares, vamos trabalhar em cima dessa divisão para que possamos ganhar votações no plenário”.

Ao falar da consumação do golpe travestido de impeachment – que retirou o mandato de Dilma Rousseff, mas manteve seus direitos políticos –, Afonso Florence disse que restou a sensação de que os senadores sabiam não haver crime de responsabilidade. Na opinião do líder, é como se os senadores tivessem decidido reduzir o dano de um julgamento tão injusto diante da falta de um crime.  

“Prova disso foi a entrevista do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que votou a favor do impeachment, e disse que não tinha crime de responsabilidade. A líder do governo no Senado, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), deu uma entrevista há algum tempo para uma rádio dizendo também que não havia crime de responsabilidade. Portanto, o resultado daquela votação, em minha compreensão, é que senadores e senadores reconheceram que, não havendo crime de responsabilidade, seria demasiadamente extensivo retirar direitos políticos. Essa é a minha compreensão, e é a prova de que a base do governo não tem unidade em temas estratégicos”.

PT na Câmara

Foto: Salu PArente

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