Líder do PT rechaça Distritão e denuncia tentativa de “blindagem”

Durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (7), o líder da bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP) alertou para o engodo da proposta de sistema eleitoral chamado Distritão, contida na Reforma Política e defendida pelos partidos que se alinham ao grupo denominado Centrão. Observou o líder petista que o Distritão servirá para blindar os atuais deputados e implicará na piora da qualidade da representação do Congresso Nacional.

“Queremos resolver a questão da reforma política, mas não queremos que ela seja avacalhação. O Centrão quer aprovar esse projeto de Distritão para se blindar de uma possível renovação da Câmara dos Deputados”, criticou Carlos Zarattini.

Esclareceu Zarattini que, nesse sistema, são eleitos os mais votados o que, segundo ele, aparentemente seria bom para a população. No entanto, alertou, tal sistema representará uma redução drástica no número de candidatos que disputariam os pleitos eleitorais.

“Esse sistema diminui o número de candidatos e, consequentemente, impede uma melhor representação. Estados com poucas vagas, como os do Nordeste, por exemplo, serão violentamente reduzidos na sua representação parlamentar. Aquela possibilidade de se eleger um deputado de estado menor, ou do interior, vai acabar”, considerou Zarattini.

Reforçou o líder petista que esse sistema político defendido por boa parte dos deputados aliados do governo ilegítimo de Michel Temer, além de reduzir as representações às capitais, excluirá do cenário político representantes de boa parte do povo brasileiro do interior do país.

Sistema Proporcional – Carlos Zarattini disse ainda que o Partido dos Trabalhadores é favorável à manutenção do sistema proporcional, mas com ajuste. Segundo ele, o PT defende o fim das coligações e que haja cláusula de desempenho. “A nossa proposta a gente acha que vai melhorar o sistema porque acaba com a fórmula em que o eleitor vota em um deputado e elege outro, de outro partido coligado e, às vezes, até de partido diferente daquele que ele votou”, disse.

Reforma da Previdência – Questionado sobre a competência de o governo Temer recompor a sua base parlamentar, visivelmente rachada durante a votação do acolhimento ou não da denúncia de corrupção passiva que pesava sobre o ilegítimo, Zarattini avaliou que Temer não terá condições de unificar a base governista em outras questões, especificamente em relação à Reforma da Previdência.

“O governo não tem 308 votos para aprovar a Reforma da Previdência. Os deputados estão muitos pressionados nas suas bases e tendem a vir aqui votar contrariamente a essa reforma. Eu acho que ela tem uma repercussão social muito maior que o próprio afastamento do Temer”, considerou Carlos Zarattini.

Ao responder sobre o desejo governista de colocar a matéria logo para votação pelo plenário da Casa, o líder do PT frisou que “votar é uma coisa, aprovar é outra”.

“Eu quero dizer que se for a voto, da forma como está, esse texto não será aprovado. A maioria esmagadora dos deputados não querem votar e se for a voto será derrotada”, sentenciou.

Benildes Rodrigues

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