O líder da Bancada do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), afirmou nesta segunda-feira (27) que espera do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, uma decisão favorável ao pedido de investigação feita por ele contra o presidente Jair Bolsonaro, por conta da intimidação a servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em uma Live no último dia 16, Bolsonaro ameaçou divulgar os nomes dos diretores e técnicos da Anvisa que autorizaram a aplicação da vacina contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos. O pedido de investigação de Bolsonaro foi enviado à PGR nesta segunda, pelo ministro Ricardo Lewandowski.
No documento, Reginaldo Lopes defende que o presidente da República cometeu o crime de incitação ao crime, previsto no Código Penal. Segundo o líder petista, a ameaça de divulgar os nomes atende somente a interesses negacionistas da base do presidente que, até hoje, não acredita na eficácia das vacinas contra a Covid.
⚠️Urgente! Lewandowski pediu que a PGR e o MP se manifestem sobre a notícia-crime feita pelo nosso mandato contra Bolsonaro. O presidente incitou crime ao ameaçar expor técnicos da Anvisa, infringindo o artigo 286 do Código Penal!https://t.co/pirbXvmGd1
— Reginaldo Lopes 🇧🇷 (@ReginaldoLopes) December 27, 2021
Base negacionista
“Esse Bolsonaro precisa ter limite. É inaceitável o que ele faz com as instituições e a democracia brasileira. Não é aceitável a incitação ao crime da parte de nenhum cidadão, menos ainda de um presidente da República que pretende alimentar uma base negacionista contra os servidores da Anvisa e seus familiares, que estão sendo vítimas de um ativismo político violento. Portanto, minha expectativa é que o presidente da República possa ser investigado e punido por mais um crime que ele comete contra o povo brasileiro. Agora, tentando adiar e não garantir o direito das nossas crianças serem protegidas contra a covid-19”, disse Reginaldo Lopes.
Após a liberação da aplicação da vacina da Pfizer em crianças a partir de 5 anos, servidores da Anvisa passaram a receber e-mails com ameaças. Na última sexta-feira (24), o órgão enviou ao STF arquivo com as comprovações dos crimes ao ministro Alexandre de Moraes, responsável por outro inquérito que apura a conduta de Jair Bolsonaro nesse mesmo caso.
Héber Carvalho
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