O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), reafirmou nesta segunda-feira (16), que a CPI Mista para investigar as relações obscuras do contraventor goiano Carlinhos Cachoeira com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de segmentos empresariais, inclusive da mídia, é necessária e não vai “paralisar” os trabalhos do Congresso Nacional.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (16), o líder petista afirmou que o objetivo da CPI Mista é apurar o crime organizado que interfere no cotidiano do Estado brasileiro. “Não há nenhuma posição por parte da bancada do PT no sentido de não apoiar a instalação da CPI Mista, que não é contra o governo e nem contra a oposição. Não teria sentido, no momento em que ela (oposição) está enfraquecida politicamente, sem projeto de país, com dificuldade nas suas próprias agremiações”, disse Tatto.
A oposição, acrescentou Jilmar Tatto, está sangrando. “Não é só o fato de ter sido derrotada três vezes nas últimas eleições. A oposição construiu discurso nos últimos anos em cima de um moralismo sem conteúdo programático. Então, na medida em que se pega um senador (Demóstenes Torres – ex-DEM) que era tido como paladino da ética, da moral e dos bons costumes, é evidente que sangra. Isso vale para o DEM, PSDB e PPS, a oposição”, ressaltou Jilmar Tatto. O nome de Demóstenes Torres aparece nas operações Vegas e Monte Carlo da Polícia Federal que investigou os negócios de Cachoeira.
Agenda do Legislativo – O líder do PT disse também que a CPI Mista não vai paralisar os trabalhos do Congresso. Ele citou, inclusive, a votação do projeto do novo Código Florestal, marcada para os dias 24 e 25 de abril. “Vamos instalar a CPMI nesta semana e na próxima vamos votar o Código Florestal, que é uma matéria polêmica. Há uma normalidade institucional no País, democrática. Isso é bom”, disse.
Comando da CPMI – Jilmar Tatto reafirmou que o PT deverá indicar o relator do colegiado, seguindo a regra do Regimento, que prevê que a maior bancada no Senado indica a presidência e a maior bancada na Câmara, o relator. “Ainda não escolhemos o nome para a relatoria. Estamos analisando porque na bancada do PT todos são bons nomes”.
Gizele Benitz
