Líder do PT classifica prisão de Vaccari como “política” e “arbitrária” e cobra do STF defesa da Constituição

siba machado gustavo limaO líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (AC), classificou como “política” e “arbitrária” a prisão do secretário de finanças do partido, João Vaccari Neto, nesta quarta-feira (15), determinada pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato. Segundo o líder, Moro está exorbitando e “rasgando a Constituição”, com uma orientação deliberada nas delações premiadas para prejudicar o Partido dos Trabalhadores. ‘’Está na hora de o STF pôr os pingos nos is. A forma como está sendo conduzida (a Lava-Jato) coloca em risco a democracia’’, alertou o líder petista.

Sibá argumentou que não há nenhuma prova que incrimine Vaccari e justifique a prisão. Ele colocou-se todo o tempo à disposição da Justiça para prestar esclarecimentos necessários. O líder lembrou que o juiz Moro já tinha feito um “’espetáculo pirotécnico’’ quando decretou a prisão coercitiva de Vaccari no dia 5 de fevereiro, coincidentemente, um dia antes de o PT reunir-se em Belo Horizonte para comemorar seus 35 anos de fundação. ‘’Não há nada contra o PT, há é uma tentativa de criminalização do partido’’, disse.

Doações a todos os partidos – O líder questionou a “ideia fixa” do juiz Moro – e do Ministério Público – na questão dos recursos doados por empreiteiras ao PT.

Sibá lembrou que Vaccari, em depoimento à CPI da Petrobras, na semana passada, informou que as empresas investigadas na Lava-Jato doaram recursos em cifras equivalentes aos grandes partidos, incluindo o PSDB. Em 2010, as empresas investigadas doaram R$ 135 milhões, sendo 24% para o PMDB, 23% para o PT, e 20% para o PSDB. Em 2014, foram R$ 222,5 milhões em doações das empresas investigadas: 25% para o PT, 24% para o PSDB, 21% para PMDB e os outros partidos receberam menos de 10%.

‘’Os tesoureiros de outros partidos deveriam explicar onde buscaram dinheiro; não há milagre, não há, digamos assim ,a mão divina nessa história’’, comentou o líder do PT.

Seletividade do MP – Sibá Machado cobrou do Ministério Público que aja de forma rigorosa – e não seletiva – para apurar denúncias que estão sendo praticamente escondidas pela mídia tradicional, como a existência de contas secretas de brasileiros em agência do HSBC da Suíça, num montante de mais de R$ 20 bilhões, dinheiro que pode ser da corrupção, do tráfico de drogas e outras atividades criminosas. “Ou o caso da Operação Zelotes, da Polícia Federal, que apurou um esquema criminoso de sonegação de impostos calculados em R$ 19 bilhões’’.

O líder perguntou onde está o Ministério Público para designar uma força tarefa para os dois escândalos, que superam em pelo menos cinco vezes os valores que teriam sido desviados no esquema de corrupção na Petrobras. “Onde está a indignação da mídia para com as empresas que contrataram escritórios de advocacia (que tudo indica subornavam funcionários públicos) para sonegar impostos?’’, indagou Sibá. O líder disse que o MP deveria agir de forma republicana, como prevê a Constituição.

PT na Câmara
Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara

 

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