O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), acusou nesta sexta-feira (24) parte da mídia brasileira por tentar criar um “clima de crise generalizada com a intenção de promover a instabilidade econômica e política do País”. De acordo com o parlamentar, as dificuldades momentâneas enfrentadas pelo Brasil estão sendo combatidas pelo governo federal e, “nem de longe”, se assemelham à situação de crise financeira experimentada por outros países.
“Essa crise é fabricada para se criar um clima de instabilidade econômica e política, estimulada por segmentos que apostam no quanto pior melhor. Passamos, sim, por dificuldades momentâneas, mas ainda muito longe da crise generalizada experimentada por alguns países da Europa, como por exemplo, a Grécia e, em menor grau, pela Espanha e por Portugal”, afirmou.
Reiterou o líder do Governo que a dificuldade por que passa o Brasil não é um caso isolado no mundo. Lembrou que mesmo os Estados Unidos (maior potência econômica do planeta) demorou mais dois anos para começar a sair da crise.
“O fato é que as grandes economias do mundo passam por dificuldades, com redução dos investimentos, do crédito e até alta da inflação. Isso é inegável. Em um mundo globalizado, seria impossível o Brasil não ter sido atingido por essa realidade. Mas, daí a dizer que o Brasil está à beira do colapso, como vemos setores da imprensa afirmarem, é demais!”, protestou.
Para atestar a confiança internacional no Brasil, recentemente o Banco Central estimou que o País deverá receber até o final de 2015 cerca de 80 bilhões de dólares em investimentos diretos.
Ainda como exemplo de que, apesar do desaquecimento da economia, o País demonstra forte capacidade de reação, Guimarães também lembrou que o consumo continua alto. “Os aeroportos, os restaurantes, os bares e os shopping centers estão lotados”, apontou o parlamentar. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) projeta para este ano um crescimento entre 8% e 8,5% no setor.
Reação– José Guimarães disse ainda que o governo tem atuado para retomar o crescimento econômico. Como exemplo, citou o lançamento dos planos Safra 2015/16 da Agricultura Familiar (no valor de 28,9 bilhões) e do Agronegócio (R$ 187,7 bilhões). “Esses planos vão permitir a colheita de mais uma safra recorde no Brasil”, destacou.
Em recente entrevista à imprensa, o presidente da John Deere (multinacional fabricante de máquinas e implementos agrícolas) no Brasil, Paulo Herrmann, disse que a empresa prevê neste ano um resultado igual ao de 2014 porque os “fundamentos da agricultura de grãos são positivos”.
Ainda como parte do plano de retomada do crescimento econômico, José Guimarães ressaltou o lançamento previsto do Minha Casa Minha Vida 3. “Para aquecer o setor da construção civil, gerar empregos, e garantir moradia ao povo brasileiro”, explicou.
Apesar da crise– O tom catastrófico adotado por grande parte da mídia para retratar a situação da economia brasileira, também foi contestado nas redes sociais nessa semana. Vários sites reproduziram artigo do blogueiro Pablo Villaça, comparando a “catástrofe anunciada” com dados positivos divulgados pela mesma mídia neste ano.
Com o título “Apesar da crise e o jornalismo brasileiro”, Villaça publicou algumas manchetes que contradizem o “cenário apocalíptico” promovido por grande parte da imprensa.
Algumas manchetes de situações da realidade que refutam o pessimismo exagerado:
-“Apesar da crise, cinemas do país têm maior crescimento em 4 anos”;
– “Apesar da crise, organização da Flip (evento literário em Paraty) soube driblar os contratempos: mesas estiveram sempre lotadas”;
– “Apesar da crise, vendas da Toyota crescem 3% no primeiro semestre no Brasil”;
– “Apesar da crise, Riachuelo vai inaugurar mais 40 lojas em 2015″;
– “Apesar da crise, Rock in Rio conseguiu licenciar 643 produtos – o recorde histórico do festival”;
– “Honda tem fila de espera por carros e paga hora extra para produzir mais apesar da crise”.
O blogueiro Pablo Villaça encerra seu artigo com uma constatação: “A crise que nós vivemos no país é a de falta de caráter do jornalismo brasileiro”, lamentou.
Héber Carvalho
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
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