Leo de Brito questiona “lambanças” do governo na área de comunicação e sugere comissão para conter “gastança”

LeodeBrito SaluEm artigo, o deputado Leo de Brito (PT-AC ) discorre sobre as “lambanças” do governo golpista de Michel Temer na área de comunicação. Primeiro, cita, o Ministério dos Transportes deflagra uma campanha contra condutas perigosas ao volante que só provocou indignação e revolta. Em seguida, para se vangloriar de “quatro meses de trabalho intenso”, o governo elenca 40 itens que, para ele, seriam “algumas de muitas medidas que já se tornaram realidade”. Na embolada vão ‘proezas’ como a diminuição do Risco Brasil (que na verdade cresceu 14 pontos), a queda da cotação do dólar (na realidade, o dólar subiu) e uma mal explicada “moralização das nomeações nas estatais”, dentre outras.  Como presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o deputado aguarda esclarecimentos sobre a idoneidade de suas divulgações e sugere a criação de uma comissão de notáveis para acompanhamento de suas peças publicitárias. “Uma comissão independente que se incumbisse deste acompanhamento faria com que menos dinheiro público fosse tão inutilmente rasgado”.

 Leia a íntegra:

Governo federal rasga dinheiro com publicidade leviana

Leo de Brito *

Mal começou o ano e as lambanças do governo golpista de Michel Temer na área de comunicação já são escândalos nacionais. Primeiro, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil resolveu deflagrar uma pródiga campanha contra condutas perigosas ao volante. Se a intenção foi louvável, a execução das peças publicitárias – outdoors e anúncios televisivos, a cargo da agência nova/sb Comunicação – só provocou indignação e revolta.

Com o mote “Gente boa também mata”, o governo federal desfolha na campanha situações em que pessoas que resgatam animais, plantam árvores ou são estudantes exemplares tornam-se uma ameaça no trânsito por excesso de velocidade, uso do celular, embriaguez e malfeitos do gênero. E os textos são categóricos: “O melhor aluno da sala pode matar”, avisa, por exemplo, um dos anúncios, tendo ao lado a foto de um jovem negro.

Depois de muitas críticas nas redes sociais e muita controvérsia na imprensa, o governo prometeu, na quarta-feira (4), retirar a publicidade de circulação. O que Michel Temer não explica é como vai repor aos cofres públicos todo o dinheiro do contribuinte gasto com a produção e a veiculação da propaganda impensada.

Como se não bastasse, outros grave erro de comunicação do governo Temer veio à tona nesta quinta-feira (5). A reportagem de um site conferiu o material e encontrou distorções nos dados econômicos apresentados pela gestão peemedebista em anúncio publicado nos jornais de 29 de dezembro. O que deveria ser uma prestação de contas dos 120 dias de governo contados a partir da posse efetiva de Temer, em 31 de agosto, mostrou ser um apanhado de exageros e inverdades.

Para se vangloriar de “quatro meses de trabalho intenso”, o governo federal elenca 40 itens que, para ele, seriam “algumas de muitas medidas que já se tornaram realidade”. Na embolada vão ‘proezas’ como a diminuição do Risco Brasil (que na verdade cresceu 14 pontos), a queda da cotação do dólar (na realidade, o dólar subiu) e uma mal explicada “moralização das nomeações nas estatais”. Michel Temer ainda faz conta errada e dispara para o alto, no mesmo anúncio, as ações das empresas estatais, o saldo da balança comercial e as funções e cargos comissionados que teriam sido efetivamente extintos.

Como presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara Federal, aguardo esclarecimentos do Executivo sobre a idoneidade de suas divulgações e sugiro a criação de uma comissão de notáveis para acompanhamento e aprovação de suas peças publicitárias. Afinal o governo, que não produz sua própria publicidade, demonstra não ter competência para aprovar o trabalho que encomenda a agências vencedoras de certames licitatórios. Uma comissão independente que se incumbisse deste acompanhamento faria com que menos dinheiro público fosse tão inutilmente rasgado.

*Leo de Brito é deputado federal pelo PT/AC e presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara

  (publicado no site Brasil 247)

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