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O deputado Leo de Brito Lula (PT-AC) questionou, da tribuna da Câmara, nesta quarta-feira (2), se o pré-candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, tem relação com o atentado a tiros contra o acampamento em Curitiba que pede a liberdade de Lula.
Leo de Brito chamou a atenção para o calibre da arma utilizada no ataque, de 9mm, armamento usado por forças do Estado, e para a manifestação do atirador de apoio a Bolsonaro. “Uma pessoa chegou ao acampamento e falou: ‘Bolsonaro 2018’. Aliás, eu quero fazer uma pergunta aqui para o pré-candidato deputado Jair Bolsonaro, se ele está por trás e se ele compactua com esse tipo de ação criminosa, esse tipo de ação terrorista, esse tipo de ação antidemocrática”, questionou.
O ataque ocorreu no último sábado (28) e deixou dois feridos. O caso mais grave foi o do sindicalista Jeferson Lima de Menezes, atingido no pescoço por um disparo. O militante ficou dois dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital na capital paranaense, mas não corre mais risco de vida.
O petista manifestou preocupação com o uso da violência na disputa cunho político, prática recorrente nos últimos tempos por parte da direita. Leo de Brito citou fatos que têm ocorrido no Brasil e que merecem atenção especial: o assassinato da vereadora do Marielle Franco (PSOL-RJ), os tiros que foram deferidos contra a caravana do ex-presidente Lula no Paraná e os tiros contra o acampamento Marisa Letícia em Curitiba, situado nas imediações da sede da Polícia Federal em Curitiba.
“Esses fatos, que a mídia conservadora tratar como casos isolados sem dar a eles a devida atenção, representam situações de extrema gravidade”, alertou o deputado do PT acreano.
Sobre o ataque contra o ônibus da Caravana Lula pelo Brasil, Leo de Brito lembrou que, nessa semana, o delegado responsável pela investigação se pronunciou dizendo, de maneira muito clara, que os tiros à caravana resultaram de ação planejada. “Estamos diante de uma arquitetura política que visa intimidar, atacar as forças de esquerda, as forças populares, que já são, de alguma maneira, criminalizadas”, enfatizou. Ele citou ainda como exemplo dessa criminalização o episódio da queda de um prédio de 24 andares, que aconteceu em São Paulo ontem e motivou o ex-prefeito João Dória (PSDB) a chamar os movimentos pró-moradia de “facção criminosa”.
Marielle – A respeito do caso Marielle, o deputado destacou que já se passaram quase dois meses de investigações sem que tenham sido apresentados resultados concretos. “Esse crime foi um atentado político, cujos principais suspeitos podem, inclusive, fazer parte de força do Estado. Os agentes do Estado democrático são utilizados para matar pessoas por conta de divergências políticas”, lamentou.
O parlamentar citou ainda os crimes de pistolagem que tiram vidas de pessoas anônimas que estão nas zonas rurais e de pessoas religiosas que defendem os direitos humanos. “Muitos têm sido vítimas da violência por causa das suas posições políticas, por causa da defesa dos direitos humanos, por causa da defesa dos trabalhadores rurais, por causa da defesa dos trabalhadores de modo geral, daquelas pessoas que mais precisam de um apoio dessas lideranças políticas. Nós temos visto uma verdadeira matança dessas lideranças”, concluiu Leo de Brito.
PT na Câmara