O deputado Leo de Brito (PT-AC) considerou “sábia” a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, de afastar o deputado Eduardo Cunha do mandato e, também, da presidência da Câmara. A decisão foi confirmada pelo plenário do STF também na quinta-feira (5), por unanimidade.
“Essa decisão tem um caráter também muito importante porque esse tempo todo esteve à frente do parlamento um deputado com tantas provas contra si, que agiu de maneira autoritária na Casa, um deputado que se utilizou ainda de instrumentos de vingança, como foi a abertura do impeachment da presidenta Dilma. Então, essa decisão do STF confirma as chantagens, que já tínhamos denunciado, que foram feitas por Eduardo Cunha a deputados, as manobras que foram feitas no Conselho de Ética”, explicou.
Para Leo de Brito, com a decisão do STF “está configurada a tese do ministro da AGU, José Eduardo Cardozo, de que este impeachment está viciado desde o início. Houve, sim, desvio de poder no início da decisão que deu início a este impeachment, com a criação da comissão por Eduardo Cunha e com a votação final no plenário”.
Hipocrisia – O parlamentar petista criticou a omissão dos partidos de oposição sobre o afastamento de Eduardo Cunha. “Hoje não vi PSDB, PPS, nem DEM falando aqui na Tribuna. Literalmente, eles sumiram, porque existe um pacto da hipocrisia, um pacto da mediocridade para salvar Eduardo Cunha, pelo menos nesta Casa. Mas o STF, de maneira sábia, se antecipou”.
Temer – O deputado Leo de Brito cobrou ainda do presidente em exercício da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA) a abertura da comissão especial para tratar do impeachment do vice-presidente Michel Temer.
“Faço um pedido ao presidente Waldir Maranhão. Já que os partidos não querem indicar os nomes para a comissão do impeachment de Michel Temer, que ele mesmo o faça e dê prosseguimento, para que não haja dois pesos e duas medidas”, reiterou.
Gizele Benitz
Foto: Salu Parente
