O laudo técnico da Polícia Federal, divulgado na última sexta-feira (23), sobre os arquivos do Drousys e do MyWebDay – sistemas operados pela Odebrecht – liquida com as provas apresentadas nas delações da empreiteira a ponto de comprometer todas as denúncias e condenações tendo por base os arquivos. Isso porque, segundo o laudo, houve, de fato, destruição e omissão de informações desses sistemas. Esse fato destrói a tentativa de incriminar o ex-presidente Lula a partir de provas adulteradas que constam na ação penal que apura a propriedade de um terreno que jamais pertenceu ao Instituto Lula.
“Qualquer elemento que venha de algum desses sistemas não pode servir de prova. Eles foram corrompidos, e todo o acervo de informações não pode servir para absolutamente nada”, afirma o deputado Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da OAB-RJ. A perícia da PF constatou que o banco de dados com as tabelas de valores, datas de pagamento e apelidos de quem teria recebido propinas da empreiteira foi alterado em dois momentos.
A consequência direta dessa constatação é que um material que sofreu adulteração não pode ter valor de prova, já que é impossível verificar o que estava no documento originalmente, no lugar do que foi adulterado. Ou seja, é inviável a tentativa de compartimentalizar as provas, criando a versão de que uma parte é boa e a outra não. A prova tornou-se imprestável em termos técnicos.
Vale ressaltar que a perícia não estabeleceu qualquer vínculo entre contratos da Petrobras com os imóveis indicados na denúncia e muito menos apontou o pagamento de qualquer vantagem indevida a Lula, como sempre foi afirmado pela defesa do ex-presidente. Lula jamais solicitou ou recebeu da Odebrecht ou de qualquer outra empresa imóvel destinado ao Instituto Lula, que funciona no mesmo local desde 1991. Nem muito menos, solicitou ou recebeu a propriedade do apartamento que é locado pela família, mediante o pagamento de aluguéis.
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