Juros exorbitantes do Banco Central privilegiam banqueiros e massacram o povo, denunciam deputados  

Deputados Veneri e Reginaldo Lopes condenam altas taxas de juros do BC. Fotos Pablo Valadares/Câmara dos Deputados/Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Parlamentares da Bancada do PT revelaram nesta semana à população como os juros exorbitantes – praticados pelo Banco Central, comandado por Campos Neto -, massacram a vida do povo e impedem o desenvolvimento do País. “A maior extorsão da história é a extorsão dos bancos sobre a população brasileira. Nós iremos lutar contra isso o tempo todo”, assegurou Tadeu Veneri (PT-PR).

“O que nós perdemos com essa taxa de juros real de 8% nos últimos meses já significou toda a PEC da Transição. Toda a PEC teve um grande esforço desta Casa para ser aprovada e praticamente equivale a esse período de juros que estamos pagando não ao Banco Central, mas aos banqueiros”, denunciou o deputado paranaense.

Autonomia na caneta

Para Reginaldo Lopes (PT-MG) não se pode achar que a política monetária está dissociada da política econômica. Ele acrescentou que o Banco Central sempre teve autonomia, tanto no primeiro quanto no segundo governo do presidente Lula.

“Não se faz autonomia na caneta. É errado achar normal que o presidente do Banco Central tenha um mandato dissociado do mandato do presidente da República. Acho que a autonomia está consolidada, mas ter dado ao presidente do Banco Central um mandato que não se concilia com o mandato concedido pelo povo brasileiro foi um grande equívoco da lei que deu autonomia ao Banco Central”, condenou Reginaldo Lopes.

Asfixiar o Governo

Na opinião de Tadeu Veneri, a política de juros aplicada pelo presidente do Banco Central é feita com objetivo de impedir o novo governo de cumprir os compromissos acordados com a população brasileira.

“Na verdade, é um processo para asfixiar este Governo. O que a direita faz, através das taxas de juros, é asfixiar o Governo, é tentar impedir que tenhamos condições e recursos para cumprir aquilo que foi proposta de campanha”, acusou Veneri.

O parlamentar reforçou o argumento ao frisar que “quem ganhou as eleições foi o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva e não o Sr. Roberto Campos Neto”.

Extorsão

Tadeu Veneri classificou de “extorsão” a política de juros em curso no Brasil. Ele disse que a taxa de juros já consumiu praticamente tudo que vai ser aplicado para que o País tenha o Plano Safra. “Esta é a extorsão: a maior da história, é a extorsão dos bancos sobre a população brasileira. Nós iremos lutar contra isso o tempo todo”, assegurou.

Executivo do Mercado

Sobre origem e trajetória do atual presidente do BC, o deputado Veneri recordou que  Campos Neto é um executivo do Santander. Segundo o deputado, durante 18 anos, o presidente do BC esteve no Santander e no Bozano Simonsen por mais alguns anos. “Portanto, não é uma pessoa que veio sem nenhuma relação com o mercado. Ao contrário, ele é um executivo do mercado para o Banco Central”, alertou Tadeu Veneri.

O deputado reiterou que Roberto Campos Neto é administrador do Banco Central, mas não é o dono do sistema financeiro. “É um funcionário do sistema financeiro, trabalha para o sistema financeiro, faz aquilo que eu, no Banco do Brasil, chamava de extorsão dentro do sistema financeiro. E nós temos que levantar a voz contra isso. Nós não podemos achar que isso é normal”, protestou o deputado.

Canetada

O deputado Reginaldo Lopes reafirmou a importância do debate em relação à taxa de juros no Brasil. “É evidente que não devemos acreditar ser possível reduzir o juro na canetada, mas também é inaceitável que a política monetária brasileira aumente o juro na canetada”, criticou.

Para ele, é necessário que a população se aproprie desse debate e tenha a compreensão que esse tema “é extremamente importante para o futuro do Brasil, em especial para a reindustrialização do País e para o capital produtivo no Brasil”.

Reforma tributária

Lopes sugeriu que a Casa se debruce sobre o tema como forma de contribuir e criar condições para a redução da taxa de juros no Brasil. Isso, segundo ele, pode vir com mudanças estruturantes a partir da Reforma Tributária. Para ele, essa reforma deve ser uma conquista desta Legislatura na Câmara e no Senado e da sociedade brasileira.

“Essa reforma deve ser priorizada pelo presidente Lula, pelo ministro Fernando Haddad [Fazenda], mas também deve ser reflexo de um desejo da sociedade brasileira por um sistema desburocratizado, simplificado, moderno e capaz de fazer a justiça tributária”, argumentou Lopes.

 

Benildes Rodrigues

 

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