Parlamentares da Bancada do PT revelaram nesta semana à população como os juros exorbitantes – praticados pelo Banco Central, comandado por Campos Neto -, massacram a vida do povo e impedem o desenvolvimento do País. “A maior extorsão da história é a extorsão dos bancos sobre a população brasileira. Nós iremos lutar contra isso o tempo todo”, assegurou Tadeu Veneri (PT-PR).
“O que nós perdemos com essa taxa de juros real de 8% nos últimos meses já significou toda a PEC da Transição. Toda a PEC teve um grande esforço desta Casa para ser aprovada e praticamente equivale a esse período de juros que estamos pagando não ao Banco Central, mas aos banqueiros”, denunciou o deputado paranaense.
Autonomia na caneta
Para Reginaldo Lopes (PT-MG) não se pode achar que a política monetária está dissociada da política econômica. Ele acrescentou que o Banco Central sempre teve autonomia, tanto no primeiro quanto no segundo governo do presidente Lula.
“Não se faz autonomia na caneta. É errado achar normal que o presidente do Banco Central tenha um mandato dissociado do mandato do presidente da República. Acho que a autonomia está consolidada, mas ter dado ao presidente do Banco Central um mandato que não se concilia com o mandato concedido pelo povo brasileiro foi um grande equívoco da lei que deu autonomia ao Banco Central”, condenou Reginaldo Lopes.
Asfixiar o Governo
Na opinião de Tadeu Veneri, a política de juros aplicada pelo presidente do Banco Central é feita com objetivo de impedir o novo governo de cumprir os compromissos acordados com a população brasileira.
“Na verdade, é um processo para asfixiar este Governo. O que a direita faz, através das taxas de juros, é asfixiar o Governo, é tentar impedir que tenhamos condições e recursos para cumprir aquilo que foi proposta de campanha”, acusou Veneri.
O parlamentar reforçou o argumento ao frisar que “quem ganhou as eleições foi o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva e não o Sr. Roberto Campos Neto”.
Extorsão
Tadeu Veneri classificou de “extorsão” a política de juros em curso no Brasil. Ele disse que a taxa de juros já consumiu praticamente tudo que vai ser aplicado para que o País tenha o Plano Safra. “Esta é a extorsão: a maior da história, é a extorsão dos bancos sobre a população brasileira. Nós iremos lutar contra isso o tempo todo”, assegurou.
Executivo do Mercado
Sobre origem e trajetória do atual presidente do BC, o deputado Veneri recordou que Campos Neto é um executivo do Santander. Segundo o deputado, durante 18 anos, o presidente do BC esteve no Santander e no Bozano Simonsen por mais alguns anos. “Portanto, não é uma pessoa que veio sem nenhuma relação com o mercado. Ao contrário, ele é um executivo do mercado para o Banco Central”, alertou Tadeu Veneri.
O deputado reiterou que Roberto Campos Neto é administrador do Banco Central, mas não é o dono do sistema financeiro. “É um funcionário do sistema financeiro, trabalha para o sistema financeiro, faz aquilo que eu, no Banco do Brasil, chamava de extorsão dentro do sistema financeiro. E nós temos que levantar a voz contra isso. Nós não podemos achar que isso é normal”, protestou o deputado.
Canetada
O deputado Reginaldo Lopes reafirmou a importância do debate em relação à taxa de juros no Brasil. “É evidente que não devemos acreditar ser possível reduzir o juro na canetada, mas também é inaceitável que a política monetária brasileira aumente o juro na canetada”, criticou.
Para ele, é necessário que a população se aproprie desse debate e tenha a compreensão que esse tema “é extremamente importante para o futuro do Brasil, em especial para a reindustrialização do País e para o capital produtivo no Brasil”.
Reforma tributária
Lopes sugeriu que a Casa se debruce sobre o tema como forma de contribuir e criar condições para a redução da taxa de juros no Brasil. Isso, segundo ele, pode vir com mudanças estruturantes a partir da Reforma Tributária. Para ele, essa reforma deve ser uma conquista desta Legislatura na Câmara e no Senado e da sociedade brasileira.
“Essa reforma deve ser priorizada pelo presidente Lula, pelo ministro Fernando Haddad [Fazenda], mas também deve ser reflexo de um desejo da sociedade brasileira por um sistema desburocratizado, simplificado, moderno e capaz de fazer a justiça tributária”, argumentou Lopes.
Benildes Rodrigues