As famílias brasileiras pagaram menos pelo crédito em agosto, enquanto as empresas que tomaram crédito tiveram juros mais altos. Segundo dados do Banco Central (BC) divulgados nesta quarta-feira (22), a taxa de juros para pessoa física caiu 0,6 ponto percentual, para 39,9% ao ano, na passagem de julho para agosto. Esse é o patamar mais baixo da série histórica do BC, iniciada em julho de 1994.
“O declínio da taxa de juros a pessoas físicas é explicado, principalmente, pela redução do custo relativo ao crédito consignado e pelo aumento da participação dessas operações na carteira de pessoas físicas”, diz relatório do BC.
Na avaliação do presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, deputado Pepe Vargas (PT-RS), a queda na taxa de juros do crédito para as famílias é um reflexo da queda da taxa Selic (taxa de juros média que incide sobre os financiamentos diários com prazo de um dia útil). “A taxa Selic, no Governo Lula, tem caído sistematicamente, mantendo o viés de baixa com eventuais oscilação para alto, mas em seguida volta a cair. Esse quadro permite manter também em queda o crédito para o consumidor”, explicou Pepe Vargas.
O deputado argumentou ainda que a nova modalidade de crédito consignado, implementado pelo Governo Lula, tem contribuído para a queda das taxas de juros, em especial o crédito pessoal. Pepe Vargas, no entanto, afirmou que ainda há espaço para novas reduções dos juros. “Estamos vivendo um momento econômico excelente, com inflação estável, o que permite ter taxas ainda menores”, defendeu.
Pessoa Jurídica – No caso das pessoas jurídicas, a taxa subiu 0,2 ponto percentual, para 28,9% ao ano. Com isso, a taxa média teve redução de 0,2 ponto percentual, para 35,2% ao ano, no mesmo período.
A inadimplência, como são considerados os atrasos superiores a 90 dias, ficou estável em 3,6% em agosto para as empresas.
Para as pessoas físicas, houve redução de 0,1 ponto percentual, para 6,2%.
Equipe Informes, com Agência Brasil
