“Existem dezenas de experiências de inclusão social que reforçam a cidadania e educam jovens e adolescentes. O MMA ensina a violência”, afirmou o deputado José Mentor (PT-SP), durante audiência pública realizada na Câmara dos Deputados para debater a inclusão de artes marciais na grade curricular das escolas.
A reunião aconteceu na quinta-feira (1º), com a participação do lutador de MMA (Mixed Martial Arts em inglês) Antônio Nogueira, conhecido como Minotauro, do ex-lutador de MMA e comentarista do canal Combate Carlos Barreto e do coordenador de Inclusão Social do Ministério do Esporte, Célio Rene.
José Mentor afirmou que não é contra o ensino de artes marciais como o caratê, o judô e o tae-kwon-do que, segundo ele, transmitem conhecimentos voltados para o autocontrole, a não agressão e a disciplina. “O MMA é o contrário, é a agressão. Quanto mais agressivo for o golpe, mais rápido se vence a luta. Essa luta tem golpes como socos, cotoveladas e pontapés sucessivos na cabeça e no rosto. Isso não é arte marcial. Temos os exemplos do judô, do karatê e do tae-kwon-do que proíbem agressões no rosto”, destacou.
O deputado disse ainda que não considera o MMA um esporte. Para ele, a luta só tem conquistado destaque na mídia por estimular a violência e a agressão física como forma de entretenimento. “Até pela definição legal o MMA não é um esporte. A Lei Pelé diz que o desporto tem como base dar segurança ao praticante de qualquer modalidade desportiva à sua integridade física, mental e sensorial. Não podemos dizer que o MMA ofereça isso. Não é possível, se o objetivo da luta é exatamente a agressão”, afirmou.
José Mentor também questionou o porquê da TV não transmitir, por exemplo, um campeonato de caratê, ou de judô, assim como faz com as lutas de MMA. “Sabe porque não transmite? Porque não tem a violência que o MMA tem e não desperta o interesse, a atenção e esse “glamour” que o ser humano tem pela violência. Só há interesse no MMA por conta da violência. O que seria educativo nisso?”, disse o parlamentar.
O lutador Minotauro defendeu a luta para crianças como meio de formação de caráter, valores e até mesmo para a competitividade exigida no mercado de trabalho. “Hoje em dia já vemos algumas escolas que oferecem o karatê e o judô, mas se tivéssemos em âmbito maior, conseguiríamos dar um grande passo para o nosso esporte, que é o MMA”, disse.
Desde 2009 o deputado José Mentor tem defendido a proibição da transmissão da luta nas emissoras de televisão abertas ou fechadas por meio do projeto de lei nº 5.534, justamente por entender que a exposição da agressão e da violência que o MMA proporciona poderá influenciar os jovens e as crianças de forma negativa.
Outro lado do MMA pouco divulgado é que a prática atrai milhares de atletas em busca do sonho de melhorar de vida por meio desta luta que movimenta cifras milionárias. Porém, o que muitos não sabem, alerta o deputado, só quem lucra com MMA são as TVs e os grandes patrocinadores. “No MMA, a violência é barata é dá muito lucro, só que para poucos. Essa é a verdade. Sabemos que poucas pessoas ganharam muito dinheiro com o sangue alheio”, disse José Mentor.
Ele lembrou também que anos atrás a violência da luta durante as competições era ainda pior. “Acredito que o debate sobre a violência fez com que amenizassem os golpes permitidos. Mesmo assim, hoje observamos casos de mortes e de pessoas que estão tetraplégicas em decorrência do MMA”.
Assessoria Parlamentar
Divulgação