O primeiro mês legislativo de 2018 foi uma demonstração clara do que esperar do (des) governo para o restante do ano. Logo que percebeu que o número de votos para aprovar a famigerada Reforma da Previdência era insuficiente, o governo Temer recuou com a proposta. Graças principalmente a uma ampla mobilização da sociedade que não aceita mais retirada de direitos. Os partidos que formam a Oposição na Câmara dos Deputados também desempenharam um papel estratégico, na trincheira, pois se uniram para que o governo não alcançasse os votos necessários para a aprovação de uma reforma que apenas retirava direitos dos trabalhadores.
Mas a pauta conservadora proposta pelo governo federal permanece. Em uma ação midiática e sem qualquer efeito prático, direto e imediato, Temer aprovou uma proposta de intervenção federal no setor de segurança pública do Rio de Janeiro. O Exército vai para as ruas fiscalizar a população sem que tenha sido discutido um plano amplo de segurança pública em nosso País integrando todos os Estados, por exemplo.
Ao mesmo tempo em que debate a segurança, o governo corta investimentos no setor. E o tão propagado discurso de austeridade fiscal cai por terra com a criação de um ministério extraordinário para discutir a segurança pública. Logo este que é o assunto que incomoda grande parte da população não pode ser debatido de forma extraordinária por um ministério que tem prazo para acabar. Segurança pública deve ser discutida diariamente e sem gestos espalhafatosos para conseguir a simpatia de alguns.
Do ponto de vista econômico, o governo comemora os baixos índices de inflação e o Produto Interno Bruto (PIB) positivo após três anos. No entanto, quando olhamos para a microeconomia, o bolso dos trabalhadores sofre com reajustes do gás de cozinha, da gasolina, ao mesmo tempo em que o fantasma do desemprego paira sobre 12 milhões de pessoas.
E ainda tem um agravante, depois de anos o Brasil volta a conviver com reportagens que tratam da fome e do retorno do Brasil ao mapa da pobreza.
Diante de tamanho retrocesso, o povo ainda teme pela possibilidade de impedimento do seu maior líder popular de disputar as eleições. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região referendou a condenação injusta e sem provas contra o ex-presidente Lula. É a fase final do golpe iniciado com a retirada de Dilma Rousseff da presidência. Primeiro um golpe na democracia, segundo a retirada de direitos e agora tentam usurpar a esperança do povo que rejeita o atual governo.
A união por parte dos partidos de Oposição para impedir novos retrocessos permanecerá, assim como se faz necessária, mais do que nunca, a mobilização do povo nas ruas para impedir que mais direitos sejam retirados.
Deputado federal (PT-CE) e líder da Minoria na Câmara