O deputado Jorge Solla (PT-BA) protocolou nesta quarta-feira (5) requerimentos propondo que a CPI da Petrobras convoque dois ex-executivos da empresa Camargo Corrêa. Um deles, Saulo Thadeu Vasconcelos Catão, ocupou o cargo de diretor da empreiteira e Pedro Brito, que foi superintendente de projetos na Região Nordeste de março de 1999 a dezembro de 2006.
Um e-mail interceptado pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-Jato, enviado por Brito a Catão, em 2001, dava detalhes de negociações de uma combinação de preços do cartel de empreiteiras na obra da Barragem de Pindobaçu, na região de Jacobina, norte da Bahia.
“O Saulo, e não deve ser obra do acaso, já responde na Justiça porque também foi o engenheiro responsável pelo metrô de Salvador, ontem (terça-feira) também foi comprovada a formação de cartel e pagamento de propina. Eles precisam ser ouvidos, porque já há elementos suficientes de que o esquema operava há muito tempo e fora da Petrobras, e em governos, por exemplo do DEM, como era o da Bahia naquela época”, argumentou Jorge Solla.
O deputado destacou que a CPI, que vive a suspeição de sofrer influência política de réus da Lava-Jato, tem a chance de demonstrar seu poder de isenção investigando o caso. “São personagens, fatos e documentos que aparecem durante as investigações, mas que curiosamente não despertam a atenção do juiz Sérgio Moro”, afirmou Jorge Solla. Ele acrescentou que a CPI tem a oportunidade de avançar, “de jogar luz onde a Lava-Jato não anda e recuperar sua credibilidade”.
E-mail – Segundo reportagem do jornal O GLOBO, de julho de 2015, no e-mail interceptado pela PF há o seguinte trecho: “Não entreguei a proposta devido ao consenso das empresas que fazem parte do acordo, no qual todas o cumpriram, de que nossa proposta só seria usada caso fossemos competitivos com as possíveis furadoras do acordo. A decisão de não entregar foi mais em função de manter a integridade do grupo para o mercado futuro”, diz Pedro Brito.
O executivo listou os valores e os nomes das empreiteiras que participaram da licitação: Sultepa, Triunfo, CNO (Odebrecht), A.G (Andrade Gutierrez), M.J. (Mendes Junior), QG (Queiroz Galvão), OAS, DM e EIT. O mais preço mais baixo foi R$ 22,3 milhões, oferecido pela Sutelpa, e o mais alto, o da EIT, de R$ 29,5 milhões. Cinco delas (Odebrecht, Andrade Gutierrez, Mendes Junior, Queiroz Galvão, OAS e EIT) estão sendo investigadas na Operação Lava-Jato por formação de cartel.
Assessoria Parlamentar
Foto: Salu Parente