O deputado Jorge Solla (PT-BA) defendeu em pronunciamento no plenário a aprovação da lei que regulamenta a tributação das grandes fortunas. “É o único dos sete tributos previstos na Constituição de 1988, sem regulamentação até hoje e, com isso, não é aplicado. Não adianta fazer mais proselitismo, querer colocar na taxação de grandes fortunas a pecha de uma pauta comunista. Afinal, em países como França, Noruega, Suíça, Índia e Estados Unidos, as heranças já são tributadas”, afirmou o petista.
Ainda de acordo com Jorge Solla, a discussão sobre o tema já é feita na maioria dos países e, “neste momento de crise econômica ganha força, inclusive, em nações mais desenvolvidas como Estados Unidos e Alemanha”.
“O princípio é muito simples, todo mundo sabe o velho ditado: dinheiro faz dinheiro. E isso é verdade. O problema é que os donos das grandes riquezas nada precisam fazer com suas fortunas para crescer mais rápido do que o resto da economia, mais rápido do que o salário dos trabalhadores e do que o PIB, de uma forma geral. É isso o que tem acontecido hoje em todo o mundo e, mais recentemente, torna-se mais grave no Brasil com as dificuldades econômicas existentes”, explicou o parlamentar do PT.
Ao defender a taxação das grandes fortunas, o deputado Jorge Solla ressaltou que “no momento em que a economia dos maiores países segue estagnada ou com crescimento baixo, enquanto os salários param de crescer, os donos de grandes fortunas podem, por exemplo, comprar barras de ouro — que é um investimento tido como conservador — e ver sua riqueza crescer, em um ano, 25%, sem nada fazer. Foi o que valorizou o ouro entre maio de 2014 e maio de 2015. E a taxação das grandes fortunas pode equilibrar essa conta, fazendo com que o crescimento das fortunas aconteça na mesma velocidade do crescimento da renda do resto da população”, disse ainda o petista.
Na avaliação do deputado Jorge Solla, é necessário que o Parlamento discuta este tema com a maior celeridade possível. “Vivemos num País muito desigual. Precisamos reequilibrar essa equação. Neste momento o ajuste não pode ficar no colo do trabalhador. Vamos debater essa regulamentação. Quem for contra venha para o debate, vamos confrontar as ideias. Vamos cumprir uma tarefa que a Constituição nos atribuiu e que há 27 anos o Parlamento está devendo à população brasileira”, finalizou o parlamentar.
Gizele Benitz
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