Tomba mais um ícone da “moralidade” e do “combate à corrupção” que era aclamado nas manifestações de rua pró-impeachment. Conhecido como “japonês da federal”, o agente Newton Ishii, nacionalmente conhecido por aparecer em destaque na mídia ao conduzir presos da Operação Lava-Jato, também foi preso na terça-feira (7) em Curitiba. A ordem foi expedida pela Vara de Execução Penal da Justiça Federal de Foz do Iguaçu, no Paraná. Ele está detido na Superintendência da Polícia Federal (PF), também em Curitiba.
Em plenário, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) ironizou a prisão lembrando que até bem pouco tempo o “japonês da federal” era aclamado por parlamentares que tietavam o agente, batiam fotos ao seu lado e postavam nas redes sociais. “Assim como Eduardo Cunha, Newton Ishii era um dos heróis do golpe. Agora, só o que vejo é gente apagando fotos das redes sociais. Cunha caiu, agora cai outro símbolo do golpe, o japonês da federal. E assim esse golpe vai ficando cada vez mais claro e desmoralizado”, afirmou.
O agente é réu em uma ação que surgiu a partir da Operação Sucuri, deflagrada em 2003, contra 19 policiais federais, além de agentes da Receita Federal do Brasil e da Polícia Rodoviária Federal. As investigações mostraram que os agentes facilitavam a entrada de contrabando no País, pela fronteira com o Paraguai, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Os réus foram condenados em primeira instância, mas recorreram da decisão. Em março deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso de três réus. O caso tramita sob segredo de Justiça
O nome de Newton Ishii também foi citado nas gravações que levaram à prisão o ex-senador Delcídio Amaral. O agente é mencionado durante uma conversa quando os interlocutores discutiam quem estaria vazando informações para revistas. Delcídio chega a chamar um policial de “japonês bonzinho”, em suposta referência ao agente atualmente preso, que seria o responsável pela carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba, para onde são levados os presos da Lava-Jato. A PF disse, na ocasião, que iria apurar se o nome citado na conversa era o do agente.
PT na Câmara com agências
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