“Defender direitos ou defender uma sociedade mais inclusiva não é querer ter privilégios. Se trata de garantir cidadania, pelo direito de amar, igualdade e respeito”, alerta Janaína Oliveira, secretária nacional LGBT do PT.
Domingo, 28 de junho, é dia de manifestações, atos e festividades para a população LGBTI+ em todo o mundo. É o “Dia do Orgulho”, da celebração da diversidade, da resistência e da reafirmação da luta diária pelos direitos da população LGBTI+. Além do clima de festa, o objetivo maior das Paradas LGBTI+ na atualidade é também conscientizar a sociedade sobre a importância do combate à homofobia e a todo tipo de violência contra homossexuais e pessoas trans.
Neste ano, em decorrência das medidas restritivas necessária à prevenção contra a Covid-19, as comemorações não serão tão espetaculares, a exemplo do que já havia ocorrido no dia 17 de maio – Dia Internacional de Combate à Homofobia. De acordo com a secretária nacional LGBT do PT, Janaína de Oliveira, as paradas darão lugar a celebrações mais virtuais e simbólicas.
“Diferentemente dos outros anos, os atos precisam ser mais simbólicos em função da pandemia, mas isso não tira o brilho da data de 28 de junho, que não é só o dia de orgulho é também o dia da resistência da população LGBTI+. Várias agendas estariam ocorrendo pelo país, tendo como referência no movimento social o lançamento do Conselho Nacional Popular LGBTI+, às 16 horas de domingo, pelo Facebook”, informa. “No PT teremos, para além de material virtual, uma live do Dia do Orgulho promovida pelo facebook *PT na Câmara*, às 17 horas. E até o dia 30 de junho estaremos com uma agenda em alusão a essa data”, destaca.
Conscientização contra a LGBTIfobia
No Brasil, país que lidera um deplorável ranking mundial de violência contra homossexuais e transexuais, a celebração do Dia do Orgulho LGBTI+ extrapola a visão de ser apenas uma grande festa carnavalesca para se transformar em um símbolo de resistência e de luta em defesa da liberdade e dos direitos individuais.
Para Janaína Oliveira, é preciso que a sociedade faça um debate aprofundado sobre a mazela da LGBTIfobia.
“O país é considerado o campeão no ranking de crimes contra a população LGBTI. Entre janeiro e abril deste ano, a violência somente contra a população transgênera aumentou em 48% em relação ao mesmo período de 2019. É preciso que a sociedade brasileira debata sobre a LGBTIFOBIA. Debater sobre como a violência, o discurso de ódio e a exclusão são mazelas que devem ser combatidas”, enfatiza.
Basta dizer que em 2019 o Brasil continuou sendo o país que mais matou travestis e transexuais no mundo. Para se ter ideia desse índice vergonhoso, o país passou do 55º lugar de 2018 para o 68º em 2019 no ranking de países seguros para a população LGBT.
O Dossiê dos Assassinatos e da Violência Contra Pessoas Trans Brasileiras, realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais – ANTRA, aponta que nos dois primeiros meses de 2020, o Brasil apresentou aumento de 90% no número de casos de assassinatos de travestis e transexuais, em relação ao mesmo período de 2019.
Janaína deixa um alerta a respeito da intolerância praticada por setores da sociedade e da omissão do estado brasileiro com relação aos direitos reivindicados pela população LGBTI+.
“Defender direitos ou defender uma sociedade mais inclusiva não é querer ter privilégios. Se trata de garantir cidadania, pelo direito de amar, igualdade e respeito”.
Origem da data
O Dia do Orgulho LGBT foi criado e é celebrado em 28 de junho em homenagem a um dos episódios mais marcantes na luta da comunidade LGBT pelos seus direitos: a rebelião de Stonewall Inn.
O dia 28 de junho de 1969 marcou a revolta da comunidade LBGT contra uma série de invasões da polícia de Nova York aos bares que eram frequentados por homossexuais, que eram presos e sofriam represálias por parte das autoridades. A partir deste acontecimento foram organizados vários protestos em favor dos direitos dos homossexuais por várias cidades norte-americanas.
A 1ª Parada do Orgulho Gay, como era denominada na época, foi organizada no ano seguinte,1970, para lembrar e fortalecer o movimento de luta contra o preconceito. A “Revolta de Stonewall Inn” é tida como o “marco zero” do movimento de igualdade civil dos homossexuais no século XX.
PT Nacional, com informações da Secretaria Nacional LGBT/PT