Iriny Lopes critica oposição por factóides

Em discurso no plenário da Câmara na última quinta-feira (20) a deputada Iriny Lopes (PT-ES) criticou a oposição nas tentativas frustradas de desgastar o Governo Lula. “Tucanos e Demos debatem cansativamente a superfície, inventam factóides, convocam audiências públicas com pessoas que acusam e não conseguem sustentar suas denúncias, interpretam o mundo segundo sua visão”, diz trecho do discurso.

Segunda a parlamentar, “Lula e o PT têm compromisso na construção de um desenvolvimento econômico que não favoreça somente à elite que lucrou durante décadas desde a ditadura militar até o período FHC. Sabíamos que era preciso quebrar vários paradigmas: desenvolver o país com preocupação sócio-ambiental, distribuição de renda, enfrentando as desigualdades sociais e regionais, tendo o Estado como indutor desse processo”, disse Iriny Lopes.

Leia a íntegra:

“Desde o primeiro mandato do presidente Lula que a oposição tenta, sem sucesso, desgastá-lo. Ao perceber que não atingiria seu objetivo, devido à popularidade do presidente e ao acerto das ações do governo petista, os tucanos e democratas passaram, então, a buscar formas de destruir a imagem do PT.

O que vemos no Senado é a repetição exaustiva (que, embora já tenha demonstrado sua ineficiência, se mantém como prática obsessiva da oposição), o uso recorrente de métodos nada democráticos de colocar na conta do Partido dos Trabalhadores a responsabilidade dos descaminhos de alguns, que nem pertencem à legenda – fazem parte de uma base aliada heterogênea, sim, mas, infelizmente, regular dentro das regras que mantêm o atual sistema político-eleitoral no nosso País.

Tucanos e Demos debatem cansativamente a superfície, inventam factóides, convocam audiências públicas com pessoas que acusam e não conseguem sustentar suas denúncias, interpretam o mundo segundo sua visão.

Recuam também, como o senador Sérgio Guerra, que pregou a pacificação naquela Casa às vésperas da decisão do arquivamento das representações contra José Sarney. O senador Arthur Virgílio, ao contrário do Presidente do Senado, confessou em plenário seus ilícitos, mas foi absolvido pela oposição e pela mídia por presunção de inocência. A presunção da inocência, prevista no Código Penal, deveria ser regra até o julgamento dos fatos denunciados, mas a oposição, convenientemente, só a invoca quando seus parceiros são flagrados e acusados de comportamentos antiéticos. Ética, transparência são termos que democratas e tucanos escolheram como bandeiras de contraposição, mas, se olharmos de perto, se analisarmos profundamente, veremos que estão mais para contradição.

Quem quer analisar qualquer coisa a fundo nessa conjuntura política? O que é ético nesse imbróglio todo em que o Senado se vê envolvido nos últimos meses? Será o PT responsável, Sras. e Srs. Parlamentares, por essa estrutura política, a despeito de todo o esforço do nosso partido em votar há anos uma reforma político-eleitoral que retire do processo eleitoral brasileiro as influências econômicas?

Sem a miopia que tem marcado a discussão Sarney, atos secretos etc., seria possível enxergar que o Legislativo é assim não por influência de A ou B, mas de grandes grupos que investem na eleição daqueles que representaram seus interesses. Podemos assistir isso nas campanhas bilionárias, tanto nas eleições majoritárias quanto proporcionais. Nada disso é de graça. Depois o lobby vem e o Brasil inteiro assiste revoltado o que ocorre.

A luta política é necessária para o processo democrático, mas não imputem ao PT uma estrutura política brasileira que foi criada por quem sempre foi maioria neste País e protegeu os interesses da nossa elite.

A despeito de toda desigualdade dos pleitos eleitorais, muitos se elegem com poucos recursos e com ampla base social, o que é o meu caso. Só estou nesta tribuna agora porque não dependo de dinheiro para me eleger. Tenho uma base social que concorda com as minhas idéias e que vê refletido no PT um projeto de um Brasil soberano, algo que estamos vendo ser construído nos dois governos do Presidente Lula. Não sou a única. A maioria de nós que está aqui pela esquerda deste País não se elege com recursos, e prestamos as nossas contas com clareza.

Lula e o PT têm compromisso na construção de um desenvolvimento econômico que não favoreça somente à elite que lucrou durante décadas desde a ditadura militar até o período FHC. Sabíamos que era preciso quebrar vários paradigmas: desenvolver o país com preocupação sócio-ambiental, distribuição de renda; enfrentando as desigualdades sociais e regionais, tendo o Estado como indutor desse processo.

O sonho de projeto democrático-popular é uma construção que demanda tempo, como demoradas são as conquistas sociais. Nesse trajeto não existe atalho. O caminho é sabidamente longo e doloroso, como são os acampamentos do MST na luta pela reforma agrária, das mulheres que combatem a violência e as desigualdades de gênero, das organizações em busca da efetivação dos direitos humanos. É um duro caminho esse do PT, como o descrito por Hilda Hilst na Poesia XXII:

“Não me procures ali, onde os vivos visitam os chamados mortos… Procura-me nas praças […], espelhada num outro alguém. Subindo um duro caminho. Pedra, sal, semente. Passos da vida. Procura-me ali. Viva”.

Este é o Partido dos Trabalhadores que estamos construindo para ajudar o Brasil a conquistar a sua soberania política, econômica e o desenvolvimento social, que estamos vendo voltar ao Brasil pelas mãos do Presidente Lula e do PT”.

Equipe Informes com Assessoria Parlamentar

 

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