Algumas das bandeiras levantadas nas manifestações que tomaram conta do país em junho aparecem como as principais prioridades de jovens brasileiros, de acordo com levantamento divulgado na segunda-feira (22) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo foi feito em maio, antes da série de atos.
O item mais citado pelos jovens foi educação de qualidade (85,2%), seguido pela melhoria dos serviços de saúde (82,7%). Essas são também as demandas mais citadas mundialmente.
O instituto considerou jovens aqueles com idade de 15 a 29 anos, assim como estabelece a Constituição. O Ipea, órgão vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, pediu para cada entrevistado escolher, entre 16 temas, seis que seriam prioritários. O método é o mesmo utilizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) na pesquisa My World, feita pela internet, cujo objetivo é subsidiar a definição das novas Metas do Milênio, a partir de 2015.A terceira opção mais citada pelos jovens brasileiros foi o acesso a alimentos de qualidade (70,1%).
Em quarto apareceu ter um governo honesto e atuante (63,5%), demanda que, em nível mundial, fica na quinta colocação. A melhoria nos transportes e estradas, citada por 40,9% dos jovens como uma prioridade, foi a demanda que deu início à série de protestos. No mundo, esse tópico é apenas a 15ª prioridade entre as 16 possibilidades.
Na última colocação entre as principais demandas da juventude brasileira está o combate às mudanças climáticas, opção citada por apenas 7,3% dos entrevistados. Na lista internacional, essa demanda aparece na 12ª colocação. A pesquisa comparou as prioridades dos jovens com as dos não jovens. Para os que estão fora da faixa etária de 15 a 29 anos, a principal demanda é a melhoria dos serviços de saúde (86,6%). Em segundo, a educação de qualidade (80,5%). Ou seja, há uma inversão de prioridades em relação aos jovens.
“É normal essa inversão. Os jovens querem mais educação de qualidade, enquanto a pessoa que vai ficando mais velha pensa mais na questão da saúde”, afirmou Marcelo Neri, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e presidente do Ipea.
Site vermelho