Não se trata apenas de uma repetição do que aconteceu em Santa Catarina. Primeiro pela envergadura da UFMG que é uma das três maiores universidades brasileiras. Invadir a UFMG, prender o reitor, é um tapa na cara de todos nós. É uma afronta. Quando o reitor e a vice-reitora se negaram a dar informações sobre uma suspeita administrativa do Tribunal de Contas da União, da CGU? É uma violência inapropriada. É uma violência deliberada.
O projeto que está sob ataque é nada menos que o Memorial da Anistia. Nós tivemos uma ditadura militar que prendeu, torturou, oprimiu. Nós ainda não fizemos as contas certas com o passado como fizeram a Argentina e Chile. O Brasil está em débito consigo mesmo. O Memorial da Anistia, em Belo Horizonte, numa universidade que abriga alguns dos maiores intelectuais brasileiros, alguns dos principais historiadores brasileiros, era lá que estava se fazendo uma pesquisa!
Aqueles de nós que viram o passado, que estávamos lá, sabemos o que foi a ditadura dentro das universidades. Nós não vamos tolerar, não vamos admitir que se repita o que já se praticou.
Margarida Salomão é deputada do PT Minas Gerais
(AP)