A intervenção militar decretada pelo governo federal na área de segurança do Rio de Janeiro poderá ser um “tiro no pé” do governo Michel Temer, segundo o deputado federal Nelson Pelegrino (PT-BA). Ele comparou a estratégia à decisão da ditadura argentina de invadir as ilhas Malvinas (colônia britânica), em 1982, com o objetivo de dar fôlego ao regime. A ditadura argentina caiu em decorrência da derrota militar na guerra movida contra o Reino Unido, lembrou Pelegrino.
Para o deputado, a intervenção no Rio serve para desviar o foco dos escândalos do Governo Temer e o fracasso da Reforma da Previdência. “É preocupante uma intervenção como esta, às vésperas de um processo eleitoral. Se essa política for levada às últimas consequências, seria preciso intervir também em São Paulo, onde o governo tucano se revela completamente impotente no combate ao PCC, maior organização criminosa do país”, ironizou Pelegrino.
O combate à violência e ao crime organizado, ainda de acordo com o parlamentar, tem de combinar conjunto de políticas sociais inclusivas, ações estratégicas de inteligência e definição de papéis, “cabendo às Forças Armadas a sua missão primordial que é garantir que não se entre por terra, mar ou ar, armas e drogas no país”. Essa ação das Gorças Armadas, ressaltou o parlamentar, devem ser em parceria com a Polícia Federal, “à qual cabe também a vigilância das fronteiras, ação como policial nacional de suporte, inteligência e repressão ao crime transnacional e transestadual em parceria com outros órgãos”.
Pelegrino cobrou que governo federal o fortalecimento das polícias estaduais, por meio do Fundo Nacional de Segurança Pública e outras ações, com mais recursos e equipamentos.Pediu também mais apoio aos estados nas políticas sociais.
“O governo precisa ter a dimensão da empreitada em que está se metendo. Não basta política de ocupação em determinadas zonas. O crime organizado está sendo comandado de dentro dos presídios”, afirmou.
“É preciso investigar por exemplo como é feita a lavagem do dinheiro e a retroalimentação na compra de armamentos e drogas, bem como as outras modalidade criminosas. Não podemos aceitar é uma operação espetáculo. Para fazer efeitos, o governo federal tem a obrigação de apresentar um projeto estratégico ao país, que desenvolva esse conjunto de ações”.
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