Inflação desacelera em julho e apresenta menor variação desde 2010

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Contrariando as previsões catastróficas de analistas econômicos e de colunistas da grande mídia, a inflação oficial do mês de julho, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apresentou uma variação de 0,01%, bem abaixo da taxa de 0,40% de junho, e se configurou como a menor taxa desde 2010, quando o País registrou 0,01% em julho e 0,00% em junho. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o acumulado dos últimos 12 meses ficou em 6,50%, abaixo dos 6,52% relativos aos doze meses anteriores. O acumulado de 2014, até julho, está em 3,76%.

Para o deputado Sibá Machado (PT-AC), a grande façanha dos governos Lula e Dilma, além de manter a inflação dentro da meta, foi desfazer o discurso de governos anteriores que materializaram políticas econômicas em descompasso com os avanços sociais. Sibá recorda que era muito comum ouvir de ministros da Fazenda de outros governos que seria necessário “esperar o bolo crescer para depois distribuí-lo”. “Mas a nossa marca é justamente a de pensar o crescimento da economia juntamente com o desenvolvimento social. O que estamos vendo hoje é a redução da inflação aliada à nossa capacidade de aumento do investimento social”, compara o deputado. 

A desaceleração de julho foi fortemente influenciada pelos grupos Transportes, com queda de 0,98% contra alta de 0,37% em junho, e Despesas Pessoais, que de 1,57% em junho passou para 0,12%. “Foi uma forte desaceleração em relação à alta de 0,40% no mês de junho. Isso se deve praticamente, a vários grupos que caíram [variações], mas a maior desaceleração ficou com esses dois grupos, onde temos itens que caíram bastante, que são de retorno da Copa do Mundo, que haviam apresentado altas variações no mês de junho”, explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índice de Preços do IBGE.

Com o fim da Copa, as passagens aéreas e as tarifas de hotéis ficaram mais baratas. Depois de subirem 21,95% em junho, os preços das viagens caíram 26,86%, exercendo o principal impacto individual sobre o índice. No caso dos hotéis, as tarifas caíram 7,65%, após uma expressiva alta de 25,33% no mês anterior. Por outro lado, a energia elétrica residencial ficou mais cara de junho para julho, de 0,13% para 4,52%.

“As passagens aéreas subiram muito [em junho] por causa da Copa do Mundo e recuaram em julho. E nas despesas pessoais, foram os hotéis, que recuaram também. Na análise dos preços das passagens aéreas por região, o Rio de Janeiro se destacou com a maior queda: 38,47%. Em junho, a variação foi de 33,53%”, disse Eulina.

Em relação à alimentação e bebidas (de -0,11% em junho para -0,15% em julho), os preços recuaram pelo quarto mês consecutivo. A queda é ainda mais intensa se considerados os alimentos consumidos em casa, com -0,51%. Os preços chegaram a cair 2,26% em Campo Grande e somente em São Paulo ocorreu aumento, de 0,25%. Já no item alimentação fora de casa (de 0,82% para 0,52%) houve alta, embora menor do que no mês anterior. O destaque vai para a cerveja, cujos preços subiram 1,63%.

“Os alimentos também caíram nesse período. Foi umas das causas do 0,03% em julho do ano passado. A previsão é que a safra seja 2,4% maior do que ano passado, são 192 milhões de toneladas de grãos. E junto com isso, a oferta de alimentos no mundo vem aumentando. Os Estados Unidos têm anunciado produção grande, inclusive, o índice de inflação de alimentos no mundo também caiu pelo quarto mês consecutivo”, disse Eulina dos Santos, do IBGE.

PT na Câmara com agências

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