A inflação brasileira deve convergir até dezembro para dentro das metas definidas pelo governo para 2014, afirmou nesta quarta-feira (8) o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland. A meta prevista é de 4,5%, podendo ficar dois pontos a mais para baixo ou para cima, isto é, entre 2,5% e 6,5% ao ano. Para Holland, a inflação não vai estourar o teto da meta anual e a previsão é de que atinja 6,2% até dezembro.
O secretário analisou o avanço de 0,57% da inflação oficial em setembro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dado divulgado nesta quarta-feira (8), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo ele, esse indicador sofreu o impacto de fatores sazonais em relação aos alimentos, como a entressafra, agravada pelos efeitos da maior seca do País em 60 anos e cujos efeitos ainda se fazem sentir.
Tais fatores impulsionaram, principalmente, o preço da carne bovina, que está pressionado também pelo aumento da demanda internacional do produto. “A alta é um comportamento típico do mês por causa de alimentos como proteínas. Mas é importante dizer que existem outros substitutos e a população precisa ficar atenta a isso. Outros produtos apresentam deflação”, alertou.
“Foi sazonal esse movimento da inflação. (…) Mas diversos itens do dia a dia do consumidor apresentaram deflação em setembro: tomate, óleo, batata e feijão”.
Holland explicou que a inflação ainda sofre também a acomodação do aumento das tarifas de energia e das passagens aéreas, mas que esses itens devem se estabilizar até novembro. Eventuais reajustes não serão da magnitude dos que ocorreram nos últimos dois meses, ressaltou. “E o terceiro [item] é o reajuste dentro do calendário de energia residencial, que está vencendo o ciclo de reajustes”.
Holland enfatizou que a economia brasileira tem bons fundamentos e citou medidas do governo para enfrentar a inflação, como os investimentos em infraestrutura, além das desonerações e do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), para a qualificação da mão de obra no País, que terão impacto positivo na melhora na produtividade.
Holland frisou que as metas de inflação são anuais e não mensais, portando o importante é a soma, o resultado final. E destacou que há 11 anos o governo tem mantido a inflação dentro das metas estabelecidas. “Assim com a inflação ficou acima das expectativas em setembro, em vários outros meses ficou abaixo das previsões. Costumamos dizer que, na média, nós economistas acertamos. Por mais que tenha esses desvios de previsões mês a mês”.
Recordou que no ano passado, o IPCA começou alto, em 0,86%, 0,9% e foi caindo até julho. Depois, voltou a subir, mas fechou dentro do previsto. O ano em curso também está tendo variações, começou baixo, subiu em março, caiu em junho e julho, com pico em setembro e deve cair de outubro a dezembro.
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