O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (BA), apontou nesta terça-feira (15) a necessidade de a Câmara trilhar o caminho da isenção na análise do processo do impeachment. Para ele, os deputados precisam avaliar o pedido de impedimento com a imparcialidade de quem busca um fato determinado, um crime de responsabilidade, que a defesa da presidenta Dilma Rousseff, de maneira muito consistente e robusta, prova não existir. “Portanto, impeachment agora é golpe”, sentenciou o líder.
Florence também desconstruiu a ideia segundo a qual a bancada petista trabalhou para a Câmara não instalar a comissão que analisará o processo. “Na verdade, trabalhamos para que ela fosse instalada nos termos da lei, diferentemente do que fez o deputado Eduardo Cunha”, disse, ao lembrar que o encaminhamento dado pelo presidente da Casa acabou sendo anulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que recompôs o rito legal do processo.
“Ou seja, indicação por partido, voto aberto. O deputado Eduardo Cunha interpôs embargos declaratórios, que serão julgados nesta quarta-feira. Julgados os embargos declaratórios, nossa estratégia é expor a verdade: não há motivos para o impeachment, e temos a expectativa de derrotar essa tentativa de golpe institucional”, afirmou.
Sobre as manifestações do último domingo, o líder do PT avaliou que a cultura do ódio e da violência não convém ao País e que é necessário travar o debate político de acordo com padrões de civilidade e de respeito. “Nossa ponderação nessa hora é que as manifestações do dia 18 e do dia 31 não sejam convocadas com o patrocínio da violência como foi a do dia 13, e que o rito do impeachment na Câmara transcorra na forma da lei sem a contaminação política que tentam imprimir os golpistas”, sugeriu Florence.
O líder petista disse ainda que, do ponto de vista político, a manifestação de domingo teve o mesmo tamanho da anterior. “E lá, líderes de oposição, especificamente os tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin, foram postos a correr, sob gritos de corruptos e vagabundos. Portanto, a sanha da marcha da insensatez chega também a eles, já que, na medida da lei e da regra, eles também são objeto de deleção premiada”, ressaltou.
PT na Câmara
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara