O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (PT-BA), explicou na tribuna, nesta segunda-feira (28), por que o impeachment ganha ainda mais feições de golpe ao ser liderado pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). Florence lembrou que Temer tem um mandato popular sufragado numa chapa de presidente e vice-presidente, cujas contas eleitorais são as mesmas da presidenta Dilma Rousseff. “Mais que isso, ele também é citado em delações premiadas. A oposição acha que Michel Temer vai se sustentar só porque lidera a tentativa de golpe?”, questionou o líder.
Florence afirmou que a oposição agora encontrou um artifício de retórica – “não vai ter golpe, vai ter impeachment” – para tentar sair dessa encruzilhada, já que “juristas, movimentos sociais e próceres internacionais dos direitos humanos” estão dizendo que se trata de uma investida golpista. “Esse pedido de impeachment em cima da publicação de decretos, fato que foi equacionado pela revisão da meta, é golpe. E mais do que isso: é golpe pela condução do vice-presidente, que anunciou naquela carta patética, no fim do ano passado, suas intensões políticas”, disse Florence, fazendo referência à carta “pessoal” que Temer escreveu para Dilma e vazou para a imprensa.
O líder petista destacou ainda que a tentativa do golpe está sustentada numa agenda voltada para derrotar as conquistas sociais dos trabalhadores na última década, ou seja, uma agenda conservadora para angariar apoio ao golpe. “Liderada por Michel Temer, essa tentativa de impeachment ganha ainda mais a conotação de golpe. E por isso a sociedade democrática brasileira, inclusive muitos dos que fazem oposição ao Governo, posicionam-se contra o impeachment. Não vai haver golpe!”, concluiu Florence.
PT na Câmara
Foto: Nilson Bastian/Agência Câmara