Dois dos mais prestigiados jornais do mundo, o norte-americano The New York Times e o britânico The Guardian, publicaram na noite de segunda-feira (18) editoriais criticando o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, aprovado no último domingo (18) no plenário da Câmara.
O The New York Times condenou o golpe parlamentar articulado por Eduardo Cunha e aliados ao afirmar que a alegação das supostas “pedaladas fiscais” foi apenas um pretexto usado pelos opositores para derruba-la.
“Dilma, que foi reeleita em 2014 por quatro anos, está sendo responsabilizada pela crise econômica do país e pelas revelações das investigações de corrupção que envolve a classe política brasileira”, diz o texto.
O periódico alertou para a hipocrisia de grande parte dos defensores do impeachment. Segundo o NYT, a maioria não tem credibilidade para acusar a presidenta Dilma.
“Muitos dos legisladores que conduzem seu impeachment são acusados de crimes mais graves do que ela. Este é um ponto válido”, escreveram.
Já o The Guardian criticou duramente a admissibilidade do processo de impeachment. A publicação classificou a ação como “uma tragédia e um escândalo” e destacou que “nada ainda é muito claro no Brasil, exceto que o país vai sofrer as consequências deste impeachment por muito tempo”.
“Longe de ajudar a resolver a polarização política e social no Brasil, o impeachment tem exacerbado o problema”, diz o texto, que destaca que o afastamento de Dilma “pode fazer com que a ação anticorrupção no país desapareça”.
Brasil 247 e Revista Fórum