A ministra informou que o processo licitatório (pregão) e a compra desses equipamentos foram executados na gestão anterior e, só tomou conhecimento do fato, em janeiro de 2011, período em que assumiu o cargo de ministra da pasta.
Ideli Salvati fez questão de lembrar os parlamentares que a Comissão de Ética da Presidência da República arquivou, por unanimidade, a representação do PSDB que pediu à comissão para apurar possível conduta antiética que ela, porventura, tivesse praticado na condução do Ministério da Pesca.
De acordo com Ideli, a decisão da Comissão de Ética da Presidência da República deixou claro que nenhum fato ou documento revelam a falta de ética no seu comportamento no exercício de suas funções enquanto ministra. Ideli mostrou aos membros da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle uma certidão emitida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que comprova que o nome dela não está incluído em nenhum dos processos em andamento no Tribunal.
A ministra negou também qualquer ligação com a empresa Intech Boating que vendeu as lanchas ao ministério. Ideli rebateu as ilações de que o contrato com a referida empresa tenha sido para privilegiar doador de sua campanha, em 2010. A ministra reafirmou que a doação da Intech foi feita ao comitê financeiro do PT e não para a campanha dela ao governo de Santa Catarina.
“Nenhuma pessoa que trabalhou na minha campanha pediu doação a essa empresa. A doação foi feita ao comitê financeiro do PT. O tribunal eleitoral aprovou as contas do PT e as minhas. As doações foram feitas dentro da legalidade”, declarou.
O vice-líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), reconheceu o papel “republicano” da Comissão de Ética da Presidência da República e ressaltou a decisão do colegiado em inocentar a ministra Ideli Salvati das acusações proferidas pelo PSDB.
“A decisão da Comissão de Ética Pública em inocentar a ministra Ideli é um fato que deve ser ressaltado por que é uma atitude republicana perante a sociedade brasileira. A presença da ministra nesta comissão significa a vontade de esclarecer ao país e a esta Casa, o que de fato ocorreu. Isso demonstra capacidade de diálogo, respeito e compromisso”, ressaltou Guimarães.
Benildes Rodrigues